quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aliança de Tasso com Cid Gomes ‘irrita’ DEM e PSDB

José Cruz/ABr

Arma-se no Ceará uma rebelião em torno do palanque que deveria servir à campanha presidencial de José Serra (PSDB).

No centro da encrenca está o grão-tucano Tasso Jereissati. Lideranças locais do DEM e do próprio PSDB criticam o senador.

Candidato à reeleição para o Senado, Tasso costura uma aliança com o governador cearense Cid Gomes (PSB).

Vem a ser o irmão de Ciro Gomes, velho amigo de Tasso e suposto candidato à Presidência pelo PSB.

A movimentação de Tasso gerou uma onda de críticas. Vinham sendo pronunciadas nos subterrâneos. Mas começaram a ganhar o meio-fio.

Vice-presidente do diretório do DEM no Ceará, Ruy Câmara declara: “O Tasso terá de explicar claramente essa ambiguidade política.”

“...Como podemos ter uma oposição ao PT no plano nacional e, no plano estadual, dar apoio a um candidato da base de sustentação da Dilma?”

A manifestação de Ruy Câmara ganha o noticiário como um desafio ao colega de partido Chiquinho Feitosa, presidente do DEM-CE.

Chiquinho é amigo e aliado político de Tasso. Assiste passivamente à costura do acordo do senador tucano com Cid Gomes.

Algo que deixa o vice-presidente do DEM cearense ainda mais abespinhado. Ele diz que Tasso “não tem o direito de levar o DEM de reboque no seu projeto”.

Para Ruy Câmara, a articulação de Tasso conspira contra os interesses de José Serra, cuja candidatura o senador deveria fortalecer.

“É uma incoerência não ter um palanque sólido no Estado para o José Serra. Não podemos dar um palanque falso para ele subir”, afirma o líder ‘demo’.

Ruy Câmara não está só. Em declaração ao diário cearense “O Povo”, o presidente regional do PSDB, Marco Penaforte, clamou de “suicídio” a aliança com Cid.

No início do ano, Tasso reunira-se com Serra em São Paulo. Ouviu do colega paulista um apelo para que se candidatasse, ele próprio, ao governo do Ceará.

Tasso refugou o pedido. Mas disse a Serra que arrumaria um candiato para representar o PSDB na eleição de governador. Escolheria um empresário.

Simultaneamente, Tasso, opositor de Serra na política doméstica do tucanato, flertava com a candidatura alternativa de Aécio Neves.

Inviabilizado, Aécio sugeriu o nome de Tasso para vice de Serra. Uma forma de atenuar as pressões que se abatiam sobre Minas.

Pendurado no noticiário, o balão da candidatura de Tasso a vice foi furado pelo tucanato de São Paulo.

A direção nacional do PSDB deu carta branca a Tasso para fazer no Ceará o que lhe parecesse mais conveniente.

E Tasso intensificou o tricô com Cid Gomes. Um governador que, na briga para se reeleger, dará palanque a Ciro ou a Dilma, jamais a Serra.

Daí a irritação que toma conta de um pedaço do DEM e de um naco do PSDB do Ceará.

Fonte: Blog do Josias

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