terça-feira, 27 de abril de 2010

Sem candidatura, Ciro vê erro tático do PSB

27/04/2010
Ciro diz que decisão do PSB de não disputar Presidência é erro tático e que obedecerá

da Reportagem Local

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) divulgou nota na noite desta terça-feira para criticar a decisão da Executiva Nacional do seu partido. Reunida em Brasília, a cúpula do PSB oficializou a desistência de disputar a Presidência com uma chapa encabeçada por Ciro.

Numa nota intitulada "Ao rei tudo, menos a honra", Ciro chamou a decisão do PSB de "erro tático". "Acho um erro tático em relação ao melhor interesse do partido e uma deserção de nossos deveres para com o país", escreveu ele em nota publicada em seu site.

Apesar da crítica, Ciro promete obedecer a decisão do partido. "Não é hora mais, entretanto, de repetir os argumentos claros e já tão repetidos e até óbvios. É hora de aceitar a decisão da direção partidária. É hora de controlar a tristeza de ver assim interrompida uma vida pública de mais de 30 anos dedicada ao Brasil e aos brasileiros e concentrar-me no que importa: o futuro de nosso país!"

Na nota, ele diz que seu engajamento com o partido dependerá dos rumos do projeto que o PSB apresentará para o país. "Meu entusiasmo, e o nível de meu modesto engajamento, entretanto, compreendam-me, por favor, meus companheiros, irão depender do encaminhamento, pelo partido, de minhas preocupações com o Brasil, com nossa falta de um projeto estratégico de futuro, com a deterioração ética generalizada de nossa prática política, com a potencial e precoce esclerose de nossa democracia."

PSB

Em uma reunião tensa, em que integrantes da legenda acusaram a direção do partido de ser subserviente ao PT, o PSB avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura presidencial.

"Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar à degola vários candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura própria", afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, par quem o apoio a Dilma é o caminho natural da legenda.

Na terça, o PSB se encontra com o PT para tratar da aliança, que deve ser formalizada em encontro nacional da legenda, em 17 de maio.

Em nota divulgada após a reunião, o PSB sinaliza que deve fechar apoio à pré-candidatura da petista Dilma Rousseff. "A Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano, com maior repartição de renda e menor exclusão social", diz nota do partido.

"O PSB permanece firme e ativo no processo sucessório. Nele, queremos somar, unir e avançar, em favor da construção de uma Nação à altura das mais legítimas esperanças socialistas."

Na nota, o PSB também faz elogios a Ciro. "Administrador vitorioso em diversos níveis de governo, homem de ideias e de atos em favor do país, Ciro Gomes engrandeceu o debate republicano. Com ele, expusemos nossas propostas aos brasileiros."

Fonte: Folha Online

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aliança de Tasso com Cid Gomes ‘irrita’ DEM e PSDB

José Cruz/ABr

Arma-se no Ceará uma rebelião em torno do palanque que deveria servir à campanha presidencial de José Serra (PSDB).

No centro da encrenca está o grão-tucano Tasso Jereissati. Lideranças locais do DEM e do próprio PSDB criticam o senador.

Candidato à reeleição para o Senado, Tasso costura uma aliança com o governador cearense Cid Gomes (PSB).

Vem a ser o irmão de Ciro Gomes, velho amigo de Tasso e suposto candidato à Presidência pelo PSB.

A movimentação de Tasso gerou uma onda de críticas. Vinham sendo pronunciadas nos subterrâneos. Mas começaram a ganhar o meio-fio.

Vice-presidente do diretório do DEM no Ceará, Ruy Câmara declara: “O Tasso terá de explicar claramente essa ambiguidade política.”

“...Como podemos ter uma oposição ao PT no plano nacional e, no plano estadual, dar apoio a um candidato da base de sustentação da Dilma?”

A manifestação de Ruy Câmara ganha o noticiário como um desafio ao colega de partido Chiquinho Feitosa, presidente do DEM-CE.

Chiquinho é amigo e aliado político de Tasso. Assiste passivamente à costura do acordo do senador tucano com Cid Gomes.

Algo que deixa o vice-presidente do DEM cearense ainda mais abespinhado. Ele diz que Tasso “não tem o direito de levar o DEM de reboque no seu projeto”.

Para Ruy Câmara, a articulação de Tasso conspira contra os interesses de José Serra, cuja candidatura o senador deveria fortalecer.

“É uma incoerência não ter um palanque sólido no Estado para o José Serra. Não podemos dar um palanque falso para ele subir”, afirma o líder ‘demo’.

Ruy Câmara não está só. Em declaração ao diário cearense “O Povo”, o presidente regional do PSDB, Marco Penaforte, clamou de “suicídio” a aliança com Cid.

No início do ano, Tasso reunira-se com Serra em São Paulo. Ouviu do colega paulista um apelo para que se candidatasse, ele próprio, ao governo do Ceará.

Tasso refugou o pedido. Mas disse a Serra que arrumaria um candiato para representar o PSDB na eleição de governador. Escolheria um empresário.

Simultaneamente, Tasso, opositor de Serra na política doméstica do tucanato, flertava com a candidatura alternativa de Aécio Neves.

Inviabilizado, Aécio sugeriu o nome de Tasso para vice de Serra. Uma forma de atenuar as pressões que se abatiam sobre Minas.

Pendurado no noticiário, o balão da candidatura de Tasso a vice foi furado pelo tucanato de São Paulo.

A direção nacional do PSDB deu carta branca a Tasso para fazer no Ceará o que lhe parecesse mais conveniente.

E Tasso intensificou o tricô com Cid Gomes. Um governador que, na briga para se reeleger, dará palanque a Ciro ou a Dilma, jamais a Serra.

Daí a irritação que toma conta de um pedaço do DEM e de um naco do PSDB do Ceará.

Fonte: Blog do Josias