quinta-feira, 21 de maio de 2009

A virtude e a formação dos jovens

21/05/2009
Por Fernando Rizzolo
A virtude é uma qualidade moral particular. Poderíamos dizer que é a força de se fazer o bem em seu mais amplo sentido; tolerância, honestidade, caridade e lealdade fazem parte deste elenco de qualidades, que devem ser instiladas à sociedade e aos homens públicos.
Muitos foram os sábios que se ativeram ao estudo sobre a formação humana, sua moral, e a conduta mais correta nas relações do ser humano com seus semelhantes. De grande parte vieram as propostas de cunho religioso, norteando os caminhos da retidão, servindo como uma bússola aos discípulos que se encarregavam de propagar tais conceitos éticos na humanidade.
Por outro lado, instituições mais refratárias e empenhadas em fazer desta empreita uma verdadeira escola da moral surgiram, como a Maçonaria, que desde o seu início cercou-se de homens comprovadamente éticos e que preenchiam as características da virtude no seu mais amplo sentido. Mas por que estaria eu refletindo hoje sobre a virtude e a formação do ser humano?
Vivemos atualmente um Brasil politicamente desprovido de ética, o Congresso Nacional tornou-se alvo de críticas e desaprovação do povo brasileiro, os jovens brasileiros não mais possuem referencial de valores políticos e sociais, lhes faltando um norteamento ético-humanístico no tocante ao trato das coisas públicas.
Não é por menos que instruir a juventude brasileira através de fontes que primam pela virtude se faz necessário até para que, num futuro próximo, tenhamos uma safra de vocações políticas despertadas pela real vontade de servir ao povo de forma íntegra, e não fazer do mandato um braço vil a serviço de seus próprios interesses.
Hoje, infelizmente, assistimos ao comportamento pouco virtuoso de grande maioria da classe política brasileira, que, de certa forma – pelo mau exemplo –, macula os jovens que ainda estão em formação intelectual e do caráter. A naturalidade no mau uso do erário público faz com que a juventude incauta passa a entender que não há nada de errado em faltar com os essenciais predicados da virtude, predispondo a uma inversão de valores corrompendo os alicerces da democracia e da liberdade.
Cabe aos educadores, religiosos e formadores de opinião reascender a chama da boa conduta, relembrando as antigas aulas de Educação Moral e Cívica, em que se discutia o Brasil dentro de um prisma de civismo e patriotismo.

Fernando Rizzolo é advogado, pós-graduado em Direito Processual, professor do curso de pós-graduação em Direito da Universidade Paulista (Unip), coordenador da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo, e membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, articulista colaborador da Agência Estado e editor do Blog do Rizzolo (www.blogdorizzolo.com.br)

Democratizar a democracia

Fernando Safatle

21/05/2009

Os escândalos recorrentes no Congresso Nacional, ora envolvendo deputados e senadores na gastança com passagens aéreas e a descoberta de um infindável cipoal de diretorias regiamente remuneradas, ora arrastando na lama funcionários graduados que se lambuzam em licitações fraudulentas, tudo isso, somado e juntado com um amontoado de outros episódios de triste memória, conspira fortemente para desgastar a já tão combalida imagem da classe política junto à opinião pública. E o pior é que, junto com a imagem do político, vai para o ralo a própria imagem da democracia representativa.
Talvez não conheçamos um momento da história política brasileira onde a credibilidade do político e da democracia esteve tão em baixa como agora. Além dos escândalos e mau uso do dinheiro público, corrobora para isso também o enorme desgaste da representação, a mesma que acabou acontecendo pela forte presença no processo eleitoral do poder econômico. Hoje, com raríssimas exceções, não se consegue se eleger sem um esquema financeiro capaz de lhe dar sustentação.
O sistema político atual que instrumenta a escolha dos representantes entrou em crise e exige mudanças. Ele é intrinsecamente antidemocrático e perverso. É antidemocrático e perverso porque, simplesmente, não dá as mesmas oportunidades a todos que concorrem às eleições, pois permite o uso abusivo do poder econômico. Por isso, os ditos representantes do povo eleitos com o voto popular foram perdendo aquele amálgama e o liame de legitimidade desgastando a credibilidade da democracia representativa.
Ciosos dessa crise de credibilidade, retiraram da gaveta a proposta da reforma política e recolocaram na pauta de discussões do Congresso. O financiamento público de campanha, o voto na lista partidária, a proibição das coligações para as eleições proporcionais e outros temas fazem parte do conjunto de medidas que visam mudar o atual sistema político. Mas há que se perguntar: mudar o sistema político em que direção? Que democracia queremos construir? Existe um projeto de democracia que busca ampliar os espaços de participação da cidadania democratizando sua presença na construção de um Estado cada vez mais público? Será que pode se esperar um projeto de democracia que traz um conteúdo transformador, ou apenas, penduricalhos que adornam e ajudam a nublar a visão do essencial, que é a ampliação dos espaços democráticos para que a população intensifique o controle social do aparelho de Estado?
A retomada do projeto de reforma política no Congresso ocorre em um momento de fragilidade e descenso do movimento popular e, mais do que isso, em uma situação de certa hegemonia cultural do neoliberalismo, ainda que abalado nos seus fundamentos teóricos pela recente crise do capitalismo financeiro.
Isto posto, faz com que a discussão da reforma política aconteça diante de uma situação política pouco favorável para conquistar importantes avanços que permitiriam configurar um projeto que barrasse não só o abuso do poder econômico nas eleições, mas moldasse um conjunto de medidas que abrisse espaços para outras formas de democracia participativa. As experiências ricas de democracia participativa que ocorreram nos anos recentes, como, por exemplo, a formação de conselhos de participação, seja em nível setorial, como os da saúde, seja em nível municipal e, outras, como as experiências de orçamento participativo, constituem já um legado histórico que abre um horizonte que nos remete mais além de um arremedo de reforma política que substancialmente não oxigena um projeto de democracia que precisa ser construído. Mesmo porque não se trata tão somente de fazer remendos no sistema político eleitoral, mas, fundamentalmente, repensar, ou, até mesmo, refundar um sistema democrático que nos ajude a corrigir as desigualdades sociais e as disparidades regionais de renda. Isto significa aprofundar a democracia não só no sistema de representação eleitoral, blindando-o ao assédio do poder econômico, como, também, transpassá-la por dentro do aparelho de Estado, assegurando um efetivo controle social na gestão dos recursos públicos. Ainda mais, se considerarmos que estamos vivenciando uma conjuntura em que se exige ampliar a presença do Estado como agente importante na promoção de políticas anti-cíclicas. Contudo, que se faça, sobretudo, de forma democrática e participativa.

Fernando Safatle é economista e presidente do PT de Catalão
Fonte: DM

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ética comunista de Che

18/05/2009
De tempos em tempos, resolvo buscar na minha biblioteca – que tem centenas de livros em montão – alguma obra publicada há anos para relê-la. Reencontro muita coisa boa. Algumas delas, ruins, jogo no lixo. Sábado passado aconteceu comigo uma surpresa. Lá estava El pensamiento del Che Guevara, publicado na Espanha em 1971, e escrito por Michael Löwy, pesquisador afeito a estudar a vida e a obra revolucionárias do guerrilheiro e médico argentino-cubano, que sabia, com igual destreza, manejar a “caneta e a metralhadora”. Não fui admirador dessa figura histórica.
Após 41 anos de sua morte, na Bolívia, continua a ser uma referência principalmente para os jovens que acreditam no surgimento de “um outro mundo”, que não o capitalista. Vejo, no entanto, que existem certos movimentos, inclusive no Brasil, que pregam a resistência à ordem reinante, e que ainda são fiéis ao guevarismo radical.
Em janeiro de 2006, no seu discurso de posse, Evo Morales prestou homenagens aos que chamou de “nossos antepassados” que lutaram e, na oportunidade, falou que Che Guevara desejava um mundo novo construído de igualdade. Não se iludam aqueles que acreditam que o comunismo de Marx, de Lenin, de Trotsky, de Rosa de Luxemburgo, de Gramsci, de Fidel Castro e de tantos outros doutrinadores findou-se com a queda do muro de Berlim, em 1989, e com a derrocada da União Soviética. Ledo engano.
Ainda está vivo em muitas camadas populares. Volto, agora, a falar sobre o livro. Observei que a ética comunista de Che era dúplice: humanista e revolucionária. Era fundamentada em alguns valores essenciais: a liberdade, que para ele consistia na faculdade de cada um decidir contra toda a opressão política ou econômica; a igualdade, uma vez que propugnava pela existência de indivíduos e grupos sociais para que mantivessem os mesmos direitos e sem que houvesse diferenças de classes; pregava por uma sociedade justa que não contivesse o individualismo mesquinho, o egoísmo feroz, o capitalismo selvagem, neste mundo atual em que dizia que o “ser humano é o lobo dele mesmo”.
Depois que acabei de ler o livro, fiquei meditando: será que suas ideias foram as causadoras de seu rompimento com Fidel? Num debate, em Havana, realizado em dezembro de 1964, Che falou sobre a questão da ausência de igualdade verdadeira no socialismo real, e, que estava decepcionado com tudo que o cercava porquanto havia notado que, nos países comunistas da Europa, “sobrepunham-se os interesses materiais dos dirigentes, pois via neles o princípio de corrupção”.
Aqueles que pensam que virei guevarista estão redondamente enganados. Sou democrata e continuarei a sê-lo até meus últimos dias. Estou emitindo opiniões acerca do pensamento de um revolucionário que lutou e morreu defendendo suas ideias. Se quisesse, ele poderia estar em Cuba até hoje desfrutando das benesses que o comunismo da ilha, com certeza, lhe ofereceria. Preferiu enfrentar as tropas bolivianas, financiadas pela CIA, e morreu deixando seu nome para a história.
Por Luiz Augusto Sampaio membro da Academia Goiana de Letras
Fonte: DM

O direito constitucional da criança à creche

18 de Maio de 2009 - A criança de família modesta, cuja mãe não tem a possibilidade de assisti-la durante todo o tempo ou de pagar por sua matrícula em estabelecimento privado de assistência à criança, tem o direito de exigir do governo do município o direito de ser acolhida numa creche e não ficar em situação de abandono, excluída da sociedade. Esse direito, com a correspondente afirmação da responsabilidade das autoridades municipais, está expresso na Constituição e é de fundamental importância que seja respeitado, para garantia da inserção social, necessária para que não ocorra a marginalização da criança com suas gravíssimas conseqüências individuais e sociais.

É necessário e oportuno ressaltar a existência desse direito constitucional e da responsabilidade por sua efetivação, para deixar evidente o absurdo de uma recente decisão, frontalmente inconstitucional, de um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, negando a garantia desse direito a grande número de crianças. Fundamentada, exclusivamente, na alegação do poder público de que o atendimento desse direito seria inconveniente, do ponto de vista prático, para a administração municipal, pois poderia "desestruturar o sistema", a Prefeitura Municipal de São Paulo obteve autorização judicial para deixar 67 crianças de famílias modestas da zona Sul de São Paulo sem o acesso a uma creche, excluídas da possibilidade, que é um direito fundamental, de inserção social.

A inconstitucionalidade dessa decisão judicial é facilmente demonstrável. Com efeito, proclama a Constituição brasileira, no artigo 205, que a educação é direito de todos e dever do estado, dispondo, no artigo 227, que é dever do estado assegurar à criança e ao adolescente, "com absoluta prioridade", o direito à educação, à cultura e à dignidade. No artigo 208 acrescenta-se que o dever do estado com a educação será efetivado mediante garantia, entre outras, de educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças de até 5 anos. E pelo artigo 30, que trata das competências municipais, ficou estabelecido que compete aos municípios manter programas de educação infantil e de ensino fundamental. Essa obrigação constitucional dos municípios foi especialmente enfatizada na Constituição do Estado de São Paulo, cujo artigo 240 estabelece que os Municípios responsabilizar-se-ão "prioritariamente", pelo ensino fundamental e pela pré-escola.

Não há como contornar essas disposições constitucionais para exonerar a Prefeitura Municipal do cumprimento da obrigação de assegurar a efetivação dos direitos das crianças necessitadas do apoio público. Tais direitos, assim como a obrigação do poder público, são expressamente qualificados como prioridades, não tendo cabimento a alegação de que o atendimento desses direitos poderia desestruturar o sistema, como se houvesse um sistema rígido, previamente estabelecido, cuja manutenção fosse prioritária para o governo do município, acima do que determina a Constituição. É ainda oportuno lembrar que, de acordo com o parágrafo 2 do artigo 208 da Constituição da República, o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público importa responsabilidade da autoridade competente. Por tudo isso, é absolutamente necessário, em respeito à Constituição e aos interesses sociais relevantes, que o Tribunal de Justiça de São Paulo torne sem efeito, rapidamente, aquela infeliz decisão monocrática, que, além de tudo, afrontou os princípios constitucionais da dignidade humana e da cidadania.

kicker: A prefeitura municipal tem obrigação de assegurar os direitos das crianças que necessitam do apoio público

Fonte: (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Dalmo de Abreu Dallari - Jurista)

Brasil cria 106 mil vagas formais em abril

SÃO PAULO, 18 de maio de 2009 - A economia brasileira abriu 106.205 postos de trabalho com carteira assinada em abril, informou nesta segunda-feira o Ministério do Trabalho. De acordo com o Cadastro Geral de Emprego (Caged), no mês passado 1,350 milhão trabalhadores foram admitidos e 1,244 demitidos. No acumulado do ano, foram criadas 48.454 vagas. (JB Online)

domingo, 17 de maio de 2009

Número de municípios não para de crescer

17/05/2009
Apesar da penúria de muitos municípios - agravada pela crise econômica desde o ano passado - e da farra de emancipações dos últimos 20 anos, o número de cidades brasileiras não para de crescer. Com a instalação, em 1º de janeiro deste ano, de Nazária (PI), com pouco mais de 10 mil habitantes, o País chegou a 5.565 municípios. Em 2013, serão 5.569, com a oficialização de mais 4 que terão as primeiras eleições para prefeitos e vereadores em 2012. Os municípios foram criados nos anos 90. Por causa de brigas judiciais e do vaivém da legislação, só agora estão sendo oficializados.

A análise dos últimos 58 emancipados revela que eles têm poucos habitantes e altíssima dependência de repasses da União. Em 51 (88%), a população é inferior a 6 mil moradores. Em 29 deles (51,8%), mais da metade da receita é proveniente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), abastecido com dinheiro federal e que usa a população como principal critério para distribuição dos repasses. Sem esse dinheiro, as prefeituras não sobreviveriam.

O grau de dependência destes mais recentes é bem maior que a média nacional de 24,6% de prefeituras que têm no FPM mais da metade da receita. A queda dos recursos do fundo municipal neste ano, decorrente de benefícios fiscais concedidos pelo governo para amenizar os efeitos da crise mundial, levou centenas de prefeitos a Brasília, onde fizeram protestos e relatos das dificuldades financeiras que enfrentam. Conseguiram um socorro de R$ 1 bilhão do governo, aprovado semana passada em sessão conjunta da Câmara e do Senado.

Também no Congresso, será formalizada, na quinta-feira, mais uma frente parlamentar (são mais de 70, de todos os tipos), agora em defesa da regulamentação de regras para criação de municípios. Com mais de 250 assinaturas de deputados e senadores, a frente quer aprovar uma lei complementar que dará amparo legal para novas emancipações. O deputado Manoel Junior (PSB-PB) é o idealizador. "Queremos dar condições aos Estados de, com leis específicas e regras claras, criarem municípios de maneira responsável. Só devem ser criados os que tiverem viabilidade econômica, política e social."

Segundo o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, levantamento feito no ano passado mostrou que havia 806 pedidos de desmembramentos parados em 24 Assembleias. Para ele, o número não deve ser considerado um parâmetro para potenciais novos municípios, pois muitas propostas são inconsistentes. "Muitos deputados estimulam a ideia da criação de um município por interesse político, para manterem vínculos nos distritos. Criam comissões de emancipação e encaminham às Assembleias, mesmo sabendo que os municípios não serão criados."

Ele defende a aprovação da lei complementar que permitirá novas emancipações. "A criação de um município não implica mais impostos. Há o gasto da instalação de prefeitura, secretarias, câmaras, mas, por outro lado, permite mais fiscalização ambiental, queda da mortalidade infantil, melhor atendimento. Ao mesmo tempo, não pode haver os excessos do passado."

Fonte: Agencia Estado - Luciana Nunes Leal

sexta-feira, 15 de maio de 2009

MP acusa prefeito de Aracati por improbidade

O Ministério Público do Estado do Ceará, através dos promotores de Justiça da comarca de Aracati Alexandre de Oliveira Alcântara, Cledson Ramos Bezerra e Emilda Afonso de Sousa, propôs, no dia 12 de maio, uma ação civil pública por improbidade administrativa com pedido de liminar contra o prefeito de Aracati, Expedito Ferreira da Costa, a fim de que seja determinada a suspensão de todas as remoções de servidores efetivos realizadas no âmbito das Secretárias de Saúde e Educação, bem como, de todos os contratos temporários apensos e os demais, realizados neste ano, com a finalidade de evitar graves danos de difícil reparação para a população até o pronunciamento final do Judiciário acerca da questão, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 2.000,00, em caso de descumprimento.

Também são citados na ação como co-responsáveis a secretária de Saúde do Município, Adélia Maria Araújo Bandeira; a secretária de Educação, Ana Maria Meneses; a secretária do Trabalho, Ação Social e Cidadania, Vanda Anselmo dos Santos; o secretário de Planejamento, Administração e Seguridade Social, Manuel Correia da Silva; o secretário de Infra-estrutura e Urbanismo, André Luiz de Sousa e Silva; a secretária de Turismo, Cultura e Meio Ambiente, Iane Sampaio Lima; o secretário de Esporte e Juventude, Francisco Ivan Silvério da Costa; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pesca, Alexandre Costa Lima; o secretário de Finanças, Adriano Félix da Costa; o ex-chefe de gabinete do prefeito, Willian Costa Lima; e o servidor do gabinete do prefeito, Luiz Fábio de Sales.

O Ministério Público requer a condenação dos gestores por terem praticado atos de improbidade administrativa, com sanções de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até cinco anos, pagamento de multa de até cem vezes o valor da remuneração recebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Preliminarmente, o Ministério Público Estadual argüiu a suspeição do juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Aracati, Walberto Luiz de Albuquerque Pereira, para apreciar e julgar a ação. No último dia 28 de abril, fora ajuizada representação pelo Órgão Ministerial perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em razão do Magistrado não observar a Recomendação de devolução ao Município de Aracati de todos os servidores temporários à disposição da Justiça Estadual em Aracati. Entende o Ministério Público Estadual ser um contra-senso o Órgão Ministerial questionar tais contratações, a princípio no âmbito da Justiça Eleitoral, no Procedimento administrativo e agora perante a Justiça Estadual, enquanto 14 desses servidores estão prestando serviços à Direção do Fórum. A Diretoria do Fórum (2ª Vara) é a única a manter servidores temporários cedidos pelo Município de Aracati.
Fonte: Ascom MP - CE- Email: imprensa@mp.ce.gov.br -
14/05/2009

Lula, Collor e as cadernetas de poupança

15/05/2009
Existe, sem dúvida alguma, um certo exagero em comparar os governos Lula e Fernando Collor na questão das cadernetas de poupança. É bem verdade que o presidente petista anuncia a partir de 2010 a desgastante cobrança de Imposto de Renda sobre os depósitos que ultrapassarem o parâmetro de 50 mil reais. Não se pode dizer tecnicamente que a medida se iguale ao confisco decretado por Collor, embora seja justo lembrar que politicamente Lula assumiu com todas as letras na campanha eleitoral o compromisso de não mexer na poupança.
Os partidos de oposição argumentam, com base em precedentes históricos, que uma primeira quebra de regras ensejará uma segunda, uma terceira e daí por diante. E prometem ir às praças públicas para mobilizar a população contra a medida. Por esse motivo, não deverá ser fácil para o governo operar a mudança, principalmente se entrar em cena o fator opinião pública. A mudança nas regras ainda depende de apreciação do Congresso Nacional, que será certamente cercada de muita polêmica e debates acalorados.
Com as novas regras propostas, os rendimentos de até 250 reais por mês ficarão isentos. Esse valor corresponde ao rendimento mensal calculado em cima de uma caderneta de poupança com saldo de R$ 50 mil. As mudanças atingirão apenas 1% dos poupadores, já que 99% das pessoas têm aplicações entre 100 e R$ 50 mil reais.
Assim, haverá tributação progressiva para quem tem mais de 50 mil reais, toda vez que a taxa básica de juros (Selic) ficar abaixo de 10,50%. A tributação valerá para o período de rendimento iniciado em janeiro do próximo ano, ou seja, poderá haver recolhimento de imposto na fonte para os rendimentos obtidos a partir de fevereiro.
O objetivo do governo é evitar que os aplicadores de fundos de investimentos migrem seus recursos para cadernetas de poupança toda vez que a taxa básica de juros (Selic) fique abaixo de 10,50%. Quando isso ocorrer, haverá uma tributação progressiva para quem tem mais de 50 mil reais. A equipe econômica encabeçada por Guido Mantega e Henrique Meirelles afirma que, evitando essa migração, o Banco Central poderia produzir maior redução da Selic. Este é justamente o “x” da questão para o governo. A queda recente da taxa Selic reduziu o ganho dos fundos de investimentos, que têm como desvantagem, em relação à poupança, a tributação do IR e as taxas de administração praticadas pelos bancos.
Economistas de variadas matizes acadêmicas, contudo, afirmam de maneira consensual que faltou pulso ao governo para enfrentar os bancos, que continuam ganhando muito e cobrando tarifas absurdas para administração dos fundos. Em última análise, mais uma vez a classe média pagará o pato e arcará com os problemas de caixa do governo. Enquanto os brasileiros são sacrificados, os banqueiros prosseguem faturando alto e com as burras cada vez mais cheias de dinheiro.
Como deputado federal, vejo com restrição a mudança das regras da poupança e acredito que o governo tinha outras alternativas para preservar a caderneta de poupança e resolver a equação financeira gerada pela redução das taxas de juros. Afinal, a poupança popular é sagrada e não poder ser mexida.

Por Luiz Bittencourt deputado federal
Fonte: DM

China, a gigante da economia

15/05/2009
Há pouco tempo, os produtos chineses eram encarados por desconfiança pelo consumidor nacional e internacional, hoje, a revolução tecnológica que ocorre na China coloca-a numa situação confortável. O governo chinês investiu pesado na educação e, hoje, o país é o 2º em produção de artigos científicos.
Com a evolução tecnológica, passou conquistar outros segmentos da economia internacional, como o de telecomunicações. A fabricante Hauwei será a 3ª maior do setor no ano de 2009. Esta empresa, que tem filial em Campinas, faturando mais de US$ 1 bilhão no Brasil em 2008, irá investir no país assim como sua concorrente, a ZTE, que anunciou investimentos de US$ 2 bilhões na economia brasileira, segundo informações de Eric Zhou Hongfeng, diretor da ZTE para a América Latina. O dinheiro está vindo do Banco de Desenvolvimento da China.
Gigante, porque, somente no primeiro trimestre de 2009, os bancos chineses concederam créditos da ordem de US$ 673 bilhões, segundo o relatório divulgado no dia 07/05/2009 pelo Banco do Povo da China, o Banco Central chinês. Outros US$ 575 bilhões foram o montante oferecido pelo governo chinês, além de incentivos à venda de veículos, como no caso brasileiro, que já impulsionou as vendas no mês de abril, foi vendido mais de 1 milhão de veículos.
A China detém 63% da produção de calçados do mundo, 36% do aço global, 75% do mercado de brinquedos, e Xangai será a capital do automóvel neste ano, desbancando Detroit, EUA.
Estrategicamente, a China está investindo na compra de petróleo da Colômbia, Rússia e Brasil, ultrapassando US$ 40 bilhões de acordos somente nos últimos 60 dias. Eles estão explorando o mercado energético mundial, absorvendo conhecimento.
O mercado da China é gigantesco, conseguiu tirar na última década 400 milhões de pessoas da linha abaixo da pobreza para o consumo. Existem problemas naquele país, como a pobreza, que atinge mais de 700 milhões de pessoas, e o analfabetismo, que é da ordem de quase 10% da população, 116 milhões, de uma população de 1,3 bilhão. Mas investimentos em infraestrutura estão realizando a construção de metrôs em 15 cidades desde o ano passado e outras 11 no próximo ano, com projeção de construção de 28.000 quilômetros de trilhos. Ousado, mas estão realizando. Além da construção de estradas por toda a China, haverá a possibilidade de melhoria do escoamento das exportações, aumento da demanda de trabalho, elevação gradativa do poder de compra da população. Como consequência, há aumento da demanda interna de consumo.
O mercado chinês se espanta quando falamos de consumo de cimento, que já é, em volume, 55% de tudo que é fabricado no mundo e com forte sistema financeiro. O Banco Comercial e Industrial da China tem US$ 1,3 trilhões de dólares, o maior do mundo, à frente do JPMorgan Chase, o segundo. O povo da China tem como hábito a poupança, devido à falta de aposentadoria e rede de saúde pública e reverter estes costumes levará tempo.
A China era, até 2008, a segunda maior produtora de veículos do mundo, podendo desbancar o Japão neste ano.
A maior rota de exportações brasileiras é a China, a partir de março de 2009.
Ela é a maior detentora de reservas monetárias do mundo: US$ 1,95 trilhão de dólares (fonte: Banco do Povo da China), sendo US$ 1,4 trilhão de dólares em T-Bonds americanos, ou seja, uma das maiores financiadoras da economia dos EUA.
O governo chinês divulgou que pretende construir 29.000 hospitais e postos de saúde por todo o país até 2012; o Brasil tem 10% disto funcionando em todas as esferas, municipal, estadual e federal.
Nova estratégia chinesa é que sua moeda, yuans, seja aceita em transações comerciais pelo mundo; assim, ela impactará na economia global. Como podemos notar, a China está investindo para diminuir diferenças entre a população rural e urbana, cabe ao mundo olhar cada vez mais com respeito para a gigante da economia, a China.

Por Welinton dos Santos economista e psicopedagogo
Fonte: DM

quinta-feira, 14 de maio de 2009

BANCOS: Lucro do BB cai 29% entre janeiro e março

SÃO PAULO, 14 de maio de 2009 - O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,665 bilhão no primeiro trimestre de 2009, o que representa um desempenho 29,1% menor que o observado no mesmo período de 2008 quando lucrou R$ 2,347 bilhões.
Na comparação com o último trimestre do ano passado, o resultado representa uma queda de 43,4%.
De acordo com balanço divulgado hoje, o retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) foi de 23,8% nos três primeiros meses do ano, contra 43,5% no mesmo período do ano anterior, sendo o lucro por ação igual a R$ 0,65.
Contando com a Nossa Caixa, adquirida em novembro do ano passado, os ativos do BB chegam a R$ 591,9 bilhões em março de 2009, o que representa um ganho de 42,9% sobre o resultado do ano anterior.
A carteira de crédito total (incluindo carteira externa e prestação de garantias) encerrou o trimestre com saldo de R$ 254,4 bilhões, evolução de 41,3% em 12 meses e de 7,3% se comparado ao trimestre anterior.
A BB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) alcançou R$ 259,3 bilhões em recursos administrados entre janeiro e março de 2009, o que corresponde a uma evolução de 7,5% em 12 meses, mantendo a liderança como maior administradora de recursos de terceiros do País, com 20,9% de participação de mercado. (PD - InvestNews)
Fonte: Gazeta Mercantil

Qual a fórmula da educação de qualidade?

14/05/2009
Imaginem uma sala de aula convencional, como tantas que conhecemos, inclusive aquela em que você estudou ou que estudaram seus pais. O que lhe vem à cabeça? Uma mesa de professor tendo às costas um quadro negro? Fileiras de carteiras? O andamento da aula, com os alunos voltados para o professor, prestando atenção ao que é por ele ensinado? Atividades e tarefas sendo colocadas na lousa para que os alunos trabalhem individualmente e em silêncio?
Pois esta é a escola de ontem e que continua sendo aquela que está em uso nos dias de hoje na maioria das cidades do País e em várias partes do mundo. E, creiam, continuará ainda a ser a dura realidade pela qual terão que passar milhões de estudantes. Sua perspectiva continuará sendo retilínea (olhar para a lousa e para a cabeça de seu companheiro instalado a sua frente), individualista, pautada naquilo que o professor (o detentor dos conhecimentos) estiver ensinando e, em grande parte dos casos, repetidora de conteúdos.
Faltam então as inovações tecnológicas? Computadores e internet seriam a resposta adequada? Precisamos equipar as escolas com modernos “gadgets” (termo usado pelos especialistas em tecnologia para falar sobre os recursos eletrônicos incorporados ao cotidiano), como câmeras digitais, netbooks, redes wireless, scanners e tantos outros instrumentos de alta tecnologia para que surja a escola do futuro? Ou será que nos faltam revolucionários métodos de ensino que estimulem o processo de ensino-aprendizagem, gerando verdadeiro interesse e participação dos estudantes? Neste caso, seriam necessários também materiais didáticos inovadores e o preparo dos professores para seu uso, não é mesmo?
Talvez a resposta esteja na melhoria das relações entre professores e alunos. Quem sabe um aprofundamento em psicologia e relações humanas para os docentes acabe promovendo um intercâmbio, uma ponte bem constituída para a efetivação da educação nas salas de aula brasileiras.
Outra possibilidade pensada por muitos se refere à ideia de que para tudo modificar é preciso melhorar a qualidade do trabalho dos gestores das redes e escolas brasileiras. Se tivermos por parte dos gestores maior foco e cobrança – tanto em relação a eles quanto deles sobre os professores e demais profissionais da escola –, planejamentos e execução meticulosa de projetos educacionais, iremos obter melhores resultados nas salas de aula. Há também os que pensam ser indispensável aumentar a participação dos pais na vida escolar dos filhos, não apenas na questão das notas, mas também conhecendo os professores, participando de eventos etc.
Existem ainda aqueles que acreditam que a escola precisa estar mais atenta às mudanças da clientela que atende, ou seja, de seus alunos. Os estudantes do século XXI têm outro perfil, são mais ligados na informação, mas não sabem transformar todos os dados aos quais têm acesso em conhecimento. Como lidar com isto? E mais: de que forma tornar as escolas palatáveis aos olhos desta geração tão plugada e íntima das tecnologias? Desprezar esta realidade é sacrificar qualquer tentativa de melhorar a qualidade da educação no País.
Outra corrente advoga a ideia da aproximação entre educação e cultura para que ocorra um aprendizado lúdico, diferenciado, verdadeiramente estimulante aos olhos dos estudantes e mesmo dos professores. Cinema na escola, teatro, artes plásticas, música, dança e literatura deveriam ser colocados em pauta e transformados em meios e recursos para tornar nossas salas de aula locais em que a aprendizagem realmente acontece.
Não podemos ignorar os esforços que já estão sendo realizados para “mensurar” a educação e permitir que, através das informações coletadas, possamos entender os dilemas de nosso sistema educacional para resolver seus problemas. Há quem acredite que este esforço inicial de compreensão dos problemas educacionais a partir de exames nacionais, estaduais ou municipais das redes, escolas, professores e alunos já é mais de meio caminho andado rumo às soluções.
A formação e atualização dos conhecimentos e práticas educacionais utilizadas pelos educadores é outra forte vertente sempre colocada em pauta quando se discutem soluções educacionais. O assunto envolve ainda discussões sobre salários melhores, reconhecimento do esforço individual e coletivo de redes e escolas, gratificações e bonificações – alguns outros “nós” que estrangulam e impedem uma educação de qualidade.
Investimentos em laboratórios e projetos de ciências, bibliotecas e quadras esportivas também são colocados como alternativas importantes. Até mesmo o ensino religioso e as disciplinas que trabalham a filosofia, a sociologia, as relações humanas, a ética, a moral e a cidadania são pensados como projetos importantes.
Mas, como podemos realmente efetivar transformações que modifiquem a visão inicialmente apresentada neste artigo e que evidencia uma triste e dura realidade vivida em nossas escolas, com nossos estudantes tendo dificuldades até mesmo para as mais básicas ações, como ler, escrever e fazer cálculos matemáticos? Quem tem razão neste emaranhado de soluções que já estão sendo realizadas de forma isolada em escolas brasileiras? Seria possível apontar um destes caminhos como sendo a chave que irá desencadear a imprescindível revolução pela qual nossa educação precisa passar para alcançar a tão sonhada qualidade?
Tive a preocupação de enumerar toda esta série de ideias porque, na realidade, acredito que a escola de nossos sonhos só irá surgir a partir do momento em que conseguirmos concatenar e realizar todas as ações aqui listadas – além de outras tantas a serem sugeridas. Tenho consciência de que isso só acontecerá após planejamento e intercâmbio de experiências, com o apoio decisivo da sociedade e vontade política para tal, com investimentos e, principalmente, num contexto de confiança, solidariedade e disposição real para que esta transformação ocorra.
Creio que a educação de qualidade é o elemento decisivo para completar a transição de que o Brasil precisa rumo à justiça social, ao desenvolvimento econômico e à superação de suas mazelas e incongruências. A educação de qualidade poderia legar ao país maior qualificação da mão-de-obra, preparação para o exercício pleno da cidadania, a diminuição dos índices de violência, maior preocupação e ações em prol do meio ambiente, redução dos casos de doenças e gastos com saúde, combate sistemático à corrupção, aumento dos índices de produtividade na economia, inserção mais rápida ao mundo tecnológico, entre tantos outros benefícios.

Por João Luís de Almeida Machado editor do Portal Planeta Educação; doutor em Educação pela PUC-SP e autor do livro Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema
Fonte: DM

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Virtudes x defeitos

Antonio Delfim Netto

06/05/2009
Um dos aspectos mais intrigantes do momento em que estamos vivendo é a facilidade com que alguns intelectuais concluíram que a crise que se abateu sobre o sistema financeiro americano e infeccionou o resto do mundo é o ponto terminal do “capitalismo” e de seu acompanhante, o “liberalismo”. Esta crise não seria apenas mais um dos movimentos cíclicos conhecidos como no passado. Seria uma interrupção definitiva do mecanismo de seleção histórica quase natural pelo qual eles evoluíram. Esse diagnóstico é muito simplista e sujeito a séria controvérsia.
Obviamente, “capitalismo” não é uma coisa. É um processo. O mesmo nome foi designando realidades históricas muito diversas. Sua instituição básica é a propriedade privada e a alocação de bens e serviços através de “mercados”. Isso exige a existência de um Estado capaz de garanti-los e à consequente execução dos contratos. Nele, há uma clara distinção entre os proprietários dos bens de capital que se apropriam do excedente produzido pelos não-proprietários. Estes alugam a sua força de trabalho em troca de salário.
Trata-se de uma formação histórica cuja origem se perde no tempo, mas que, a partir dos meados do século 18, gerou um enorme aumento da produtividade do trabalho. Mudanças nas instituições da propriedade e a garantia da apropriação privada dos benefícios gerados pelas inovações revolucionaram o processo produtivo. Por um lado, ela apresenta dois problemas complicados: uma ínsita tendência: 1º) à flutuação da produção e do emprego e 2º) ao aumento da desigualdade na distribuição do produzido. Por outro, ela tem três virtudes: 1º) é compatível com a liberdade individual; 2º) é amplamente adaptativa e 3º) sendo resultado de um processo histórico, ela não é nem natural nem eterna.
A sua evolução em termos de eficiência produtiva compatível com a liberdade individual é visível. Quanto à flutuação da produção e do emprego, ela parece estar diminuindo fortemente. Nos EUA em 1953-1982 tivemos sete ciclos com período médio de 4 anos. Em 1983-2007, o período médio foi de 12 anos. Quanto à redução da desigualdade, bons projetos tributários têm corrigido de forma significativa o chamado índice de Gini. Isso sugere os efeitos positivos da ação consciente e indispensável do Estado-Indutor para o bom funcionamento dos mercados. A crise de 2008 mostra, na verdade, uma falha do Estado-Regulador corrompido pela ideologia do “mercado perfeito” . Não fala a favor da ressuscitação do Estado-Produtor como tem sido sugerido por alguns afoitos...

Antonio Delfim Netto é deputado federal, ex-ministro da Fazenda (governos Costa e Silva e Médici) e economista
Fonte: DM

BB facilitará acesso a dados

Brasília, 6 de Maio de 2009 - Segurados da Previdência Social que forem clientes do Banco do Brasil (BB) já podem obter extratos de sua situação previdenciária diretamente nos 40 mil terminais de autoatendimento (TAAs) do banco ou por meio do site de relacionamento do BB com os clientes pela internet. A novidade foi apresentada ontem pelo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e pelos ministros da Previdência, José Pimentel, e do Planejamento, Paulo Bernardo. A medida deve atender 30 milhões de correntistas. Segundo Pimentel, até o final do ano este sistema de consulta às informações previdenciárias deverá também estar disponível para quem tem conta na Caixa Econômica Federal.

"Isso vai permitir o acompanhamento mensal do lançamento das contribuições. E se o segurado identifica qualquer falha vai poder agilizar o pedido de correção", disse o presidente do Banco do Brasil. BB e Caixa são as instituições financeiras que têm acesso garantido por lei ao Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Para que outros bancos possam oferecer também acesso às informações previdenciárias será necessário haver autorização do Legislativo, destacou Pimentel.

O CNIS foi criado em 1989. Trata-se de um banco de dados que agrupa informações trabalhistas e previdenciárias dos trabalhadores. A partir do final do ano passado, os dados presentes no CNIS passaram a ser oficialmente reconhecidos para obtenção de direitos previdenciários, permitindo o lançamento do projeto de concessão de aposentadoria em meia-hora. Antes disso, o segurado tinha de apresentar todos os comprovantes de vínculos de trabalho e arrecadações à Previdência.

Para ter acesso ao extrato previdenciário nos terminais do BB será utilizada a mesma senha de acesso à conta corrente. O documento apresentará todas as informações cadastrais, os vínculos empregatícios e remunerações obtidas. Serão informados os vínculos de empregos registrados desde 1976. Já as remunerações mensais, que são base para o cálculo das contribuições previdenciárias, seguem um histórico disponível a partir de julho de 1994.

Em um primeiro momento, a retirada de extratos com dados previdenciários será livre, mas a ideia é que seja possível retirar um extrato por mês, sem custo para o correntista. O Ministério da Previdência diz que não terá custos para oferecer essa facilidade, critério estabelecido no acordo de cooperação técnica firmado com o BB e com a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) para o lançamento da facilidade. Já o BB evita falar em custos, argumentando que as despesas já estavam previstas no processo de aperfeiçoamento tecnológico.

Fonte: (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Ayr Aliski)

Nova estrutura diminui cargos políticos

Brasília, 6 de Maio de 2009 - Há algo a mais no ar além de aviões de carreira e dos cargos tomados do PMDB na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O plano turbulento do presidente da estatal, brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva moraliza e profissionaliza o órgão, mas amplia a militarização do setor e consolida uma ousada máquina de espionagem que vem sendo azeitada nos últimos três anos, e se destacou com mudanças radicais que, em abril, pegaram de surpresa os políticos da base aliada do presidente Lula e seus apadrinhados.

A nova ordem dentro da Infraero vem sendo dada por um órgão de nome pomposo, a Superintendência de Inteligência Empresarial, ocupada por oficiais e profissionais de inteligência, cuja atuação norteou a reforma administrativa que resultou na redução dos contratos especiais preenchidos por indicação política.

No início de abril deste ano, a limpeza promovida pelo brigadeiro Nicácio resultou na eliminação de 97 dos postos sujeitos à indicação política, que passaram de 109 para 12, e na substituição de mais de 90% dos demais cargos de confiança na chefia das 96 superintendências espalhadas pelo país, 25 delas na sede da empresa em Brasília, quatro regionais (São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Recife) e 67 em aeroportos administrados pela Infraero nos estados..

Aplaudidas pelos funcionários e bombardeado pelos políticos do governo, as mudanças foram pautadas pelo pente-fino dos agentes de inteligência, função maldosamente denominada de "araponga", que ganharam relevo na gestão de Nicácio. Ele transformou em superintendência ligada diretamente a seu gabinete uma estrutura tratado pelos antecessores como órgão de assessoramento.

O grupo é formado por oito profissionais, cinco deles dos quadros da Infraero e outros três contratados, originário da Força Aérea Brasileira (FAB), e chefiados pelo coronel Hélcio Medeiros Ribeiro, oficial com experiência nas áreas de espionagem e contra espionagem e conhecido membro da "comunidade", há dez anos lotado na Superintendência de Segurança Aeroportuária. No início deste ano, a Infraero juntou-se as mais de 30 estatais federais que integram o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), cujo órgão central vem a ser a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

É um salto necessário à atividade de inteligência numa área suscetível a ocorrências que vão do tráfico de drogas e corrupção ao terrorismo, mas um susto numa classe política que ainda vive a paranóia do período militar, onde a espionagem política era uma prática tão rotineira quanto o movimento nos saguões de aeroportos. A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, afirma que o reforço da estrutura de inteligência ilustra o fracasso plano de desmilitarização da aviação civil, iniciado com a criação do Ministério da Defesa.

"Os militares controlam o tráfego, a inteligência e todos os órgãos ligados à prevenção, administração e regulação do setor", diz Graziella. Ela acha que a militarização do setor, reforçada depois do apagão aéreo de 2007, é uma contradição do governo petista e um retrocesso no processo de desmilitarização do setor aéreo, para o qual o ministro Nelson Jobim, da Defesa, fechou os olhos para não se indispor com a tropa. Graziella acha que a presença do Nicácio Silva quebra o ritmo civil na administração da empresa, mas reconhece que a atuação do brigadeiro encontra ressonância entre os funcionários que, como ele, são contra a privatização.

Fonte: (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Vasconcelo Quadros)

Programas do governo estimulam consumo de PVC

São Paulo, 6 de Maio de 2009 - Os grandes projetos anunciados pelo governo brasileiro - como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de 1 milhão de casas populares -, ao lado das obras para a Copa do Mundo de 2014, estão impulsionando os negócios com PVC. Principal insumo da construção civil, usado em canos, tubos, janelas, portas, pisos, forros e até fios elétricos, o consumo de PVC atingiu em 2008 a marca de 1 milhão de toneladas, 27% a mais que o volume de 2007, de 820 mil toneladas.
O movimento já fez a Braskem retomar o projeto, orçado em US$ 380 milhões, para duplicação de sua fábrica em Alagoas, que estava suspenso. A Solvay Indupa também vai expandir sua produção para 350 mil toneladas até o final de 2010.
Fonte: C2(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)(Anna Lucia França)

domingo, 3 de maio de 2009

Cuidando de nossas águas

Emílio Odebrecht



03/05/2009

Areforma do Código Florestal Brasileiro está em discussão. Mais uma vez, como é natural em uma sociedade democrática, dois grupos se enfrentam com posições divergentes: os ambientalistas e os produtores rurais.

O Código contém dois mecanismos importantes: as Reservas Legais (RLs) e as Áreas de Preservação Permanente (APPs).

As RLs são áreas de florestas nativas ou reflorestadas dentro de uma propriedade rural, que devem ser mantidas intactas. Seu tamanho varia: na Amazônia exige-se que componham 80% da propriedade; em regiões de Cerrado, 35% e no resto do País toda fazenda precisa ter 20% de reserva legal.

Já as APPs são as matas ciliares de rios, lagos e nascentes. Elas também podem estar situadas em manguezais ou no topo de morros. As APPs zelam por algo precioso: nossos recursos hídricos.

Temos a maior reserva de água doce do globo: 12% do total, mas sua qualidade vem caindo. No Pantanal e na Amazônia, por exemplo, rios são contaminados pelo mercúrio utilizado no garimpo clandestino e pelos pesticidas das lavouras. Em outras regiões, estão sendo soterrados por causa da erosão das margens que perderam a cobertura florestal.

Aqui, portanto, cabe uma constatação: se a proteção de nossas águas é uma causa de todos, não há por que haver divergência. Por isso, como proprietário de uma área rural e brasileiro que não deseja ficar omisso perante assunto tão grave, entro no debate com uma posição clara: a prioridade máxima dos reformadores do Código Florestal deve ser as APPs.

Ocorre que as APPs não são consideradas reserva legal, o que enseja a introdução do viés econômico no debate.

Mas o foco dessa reflexão não é o limite ao uso da terra imposto pela reserva legal. Além do interesse coletivo, que se sobrepõe à eventual redução de área agricultável, é importante considerarmos o que faz diferença no meio ambiente. As APPs fazem.

Com vegetação nativa preservada margeando nascentes e cursos d’água estes não secarão. Além disso, estas matas são sempre contínuas – ao contrário de muitas áreas de reserva legal, que são mantidas isoladas –, o que permite que a fauna circule, uma condição essencial para a sobrevivência de muitas espécies.

Nesse sentido, a discussão deve transcender os grupos que acima citei e envolver a todos que pensam no futuro, quer tenham ou não um bosque sob seu cuidado direto.

Privilegiando o incremento de APPs, o novo Código pode evitar que nosso legado para as futuras gerações seja um País com uma grande quantidade de florestas – mas sem rios.

Emílio Odebrecht é empresário
Fonte: DM

sábado, 2 de maio de 2009

A exclusão social

02/05/2009

Na periferia das cidades, as feições tristes e desoladas das pessoas que não têm perspectiva nenhuma de vida. A jornada de trabalho começa cedo, sem o café-da-manhã, apenas com um passe de ônibus na mão, saem à procura de um emprego. Qualquer tarefa serve para ganhar o pão de cada dia e assim poder ajudar a família, que não tem o que comer.

As tentações estão em todo caminho, as drogas e o descaso de todos, inclusive dos governos; a falta de um braço amigo que lhe possa dar a mão, um conselho, fazer-lhe uma indicação; nada... Apenas a esperança e a força de vontade de não desvirtuar do caminho do bem, mas a falta de estudo os deixa vulneráveis ao acaso.

Caminhos que levam ao nada, apenas esperança de que um dia alguma porta possa abrir dando lhe um emprego. A humilhação esta sempre presente, a polícia os para... São tratados como escória; primeiro, os humilha e depois os interrogam, mãos para cima, pernas abertas, todos que passam olham a situação deprimente que o pobre tem de enfrentar em seu dia. Não podem defender contra o abuso do poder, não têm a quem recorrer.

Tudo existe porque não tem leis rígidas de defesa do cidadão comum, para que o respeito e a ética possam prevalecer sobre o abuso de poder de certos policiais.

Não adianta ter leis, se essas não são cumpridas. Não adianta ensinar o respeito às pessoas se os governos ensinam a corrupção.

Não adianta ter a religião para iluminar os caminhos, se deixam os inescrupulosos explorarem os pobres.

Não adianta ter ética, se o dinheiro vale mais que a honra e a palavra.

O materialismo passou a ser o deus dos homens e a mulher passou a ser o objeto de uso e descarte.

Os jornais mostram a “ilha da fantasia” : Senado e Câmara federal; Poder Executivo e Poder Judiciário; escândalo de desvio do dinheiro público em todas as esferas.

Os governos esqueceram dos miseráveis, o medo tomou conta das pessoas que vivem em grandes centros urbanos que estão enclausuradas em suas casas e estão cercadas pelos excluídos, que se transformaram em ladrões, assassinos, drogados por falta de oportunidades e escolas.

Os traficantes de drogas estão adotando as crianças do Brasil, enquanto os governantes fecham os olhos.

Estamos perdendo a liberdade de ir-e-vir, não podemos usufruir com liberdade o que possuímos, todos estão vigiados e o medo tomou conta das pessoas.

Nos jornais, as notícias de pessoas pobres que foram presas por terem roubado um litro de leite para o filho, sem Defensoria Pública; às vezes ficam meses na cadeia; enquanto isto, as outras notícias do poder: ninguém foi preso por ter recebido o “mensalão” do governo; os anões do orçamento não devolveram o dinheiro que roubaram, mas continuam soltos... Tanta corrupção que os políticos estão se tornando pessoas malvistas pelo povo. A Justiça brasileira que só serve para punir os pobres e os esquecidos.

Mariana Sheik é psicóloga, teóloga e cientista politíca pela USP
Fonte: DM

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Políticos somem da festa do Dia do Trabalho em SP

Em meio à crise de imagem do Congresso Nacional, o discurso político sumiu da pauta das comemorações do Dia do Trabalho da Força Sindical na capital paulista. O evento reuniu 1 milhão de pessoas na praça Campo de Bagatelle, na zona norte da cidade, mas ficou de fora da agenda dos principais atores políticos do País, contrariando a tradição das grandes celebrações de 1º de Maio. A festa em São Paulo correu sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou de governadores.

Uma mensagem do presidente e ex-sindicalista será transmitida ao vivo em telões instalados na praça até o final da tarde. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata do PT à Presidência em 2010, enviou aos diretores da Força um discurso por escrito. A leitura foi recebida sem empolgação pela plateia, que sequer aplaudiu as palavras de Dilma.

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), o petista Antonio Palocci, cotado para concorrer ao governo do Estado em 2010, e a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), articuladora da candidatura de Dilma em São Paulo, confirmaram presença, mas faltaram. Temer vem enfrentando críticas por abusos de deputados no uso de passagens aéreas e na contratação de funcionários com verbas da Casa.

Os três participariam de um ato político, que acabou por reunir o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Luppi, o senador Eduardo Suplicy (PT), os deputados federais Ciro Gomes (PSB) e Aldo Rebelo (PCdoB) e o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. Espremido entre 30 apresentações musicais, o ato político não levou mais do que meia hora. Falas curtas e pedidos de combate à corrupção e de rebaixa da taxa de juros dominaram os discursos.

Fonte: Agencia Estado - Carolina Freitas

OMS eleva a 365 total de casos de gripe suína no mundo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou de 331 para 365 o número de casos confirmados de gripe suína em todo o mundo até esta sexta-feira. De acordo com a entidade, o vírus influenza A (H1N1) já infectou pessoas em 13 diferentes países até o momento. O México apresenta 156 casos confirmados pela OMS, com nove mortes. Os Estados Unidos aparecem a seguir, com 141 casos confirmados e uma morte. Nos demais países onde a doença foi identificada não há registros de mortes.

O Canadá tem 34 casos, seguido por Espanha, com 13, e Grã-Bretanha, com oito. Nova Zelândia e Alemanha têm três casos cada; Israel tem dois; Áustria, Dinamarca, Holanda, Hong Kong e Suíça aparecem com um caso cada. As cifras da OMS divergem razoavelmente daquelas informadas pelos governos dos países afetados.


Uma contagem da Associated Press incluindo os números da OMS e as cifras informadas pelos governos revela a existência de pelo menos 564 casos no mundo. Cerca de 200 desses casos, no entanto, ainda não foram confirmados pela OMS.

Fonte: Agencia Estado - AE-AP