quinta-feira, 21 de maio de 2009

A virtude e a formação dos jovens

21/05/2009
Por Fernando Rizzolo
A virtude é uma qualidade moral particular. Poderíamos dizer que é a força de se fazer o bem em seu mais amplo sentido; tolerância, honestidade, caridade e lealdade fazem parte deste elenco de qualidades, que devem ser instiladas à sociedade e aos homens públicos.
Muitos foram os sábios que se ativeram ao estudo sobre a formação humana, sua moral, e a conduta mais correta nas relações do ser humano com seus semelhantes. De grande parte vieram as propostas de cunho religioso, norteando os caminhos da retidão, servindo como uma bússola aos discípulos que se encarregavam de propagar tais conceitos éticos na humanidade.
Por outro lado, instituições mais refratárias e empenhadas em fazer desta empreita uma verdadeira escola da moral surgiram, como a Maçonaria, que desde o seu início cercou-se de homens comprovadamente éticos e que preenchiam as características da virtude no seu mais amplo sentido. Mas por que estaria eu refletindo hoje sobre a virtude e a formação do ser humano?
Vivemos atualmente um Brasil politicamente desprovido de ética, o Congresso Nacional tornou-se alvo de críticas e desaprovação do povo brasileiro, os jovens brasileiros não mais possuem referencial de valores políticos e sociais, lhes faltando um norteamento ético-humanístico no tocante ao trato das coisas públicas.
Não é por menos que instruir a juventude brasileira através de fontes que primam pela virtude se faz necessário até para que, num futuro próximo, tenhamos uma safra de vocações políticas despertadas pela real vontade de servir ao povo de forma íntegra, e não fazer do mandato um braço vil a serviço de seus próprios interesses.
Hoje, infelizmente, assistimos ao comportamento pouco virtuoso de grande maioria da classe política brasileira, que, de certa forma – pelo mau exemplo –, macula os jovens que ainda estão em formação intelectual e do caráter. A naturalidade no mau uso do erário público faz com que a juventude incauta passa a entender que não há nada de errado em faltar com os essenciais predicados da virtude, predispondo a uma inversão de valores corrompendo os alicerces da democracia e da liberdade.
Cabe aos educadores, religiosos e formadores de opinião reascender a chama da boa conduta, relembrando as antigas aulas de Educação Moral e Cívica, em que se discutia o Brasil dentro de um prisma de civismo e patriotismo.

Fernando Rizzolo é advogado, pós-graduado em Direito Processual, professor do curso de pós-graduação em Direito da Universidade Paulista (Unip), coordenador da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo, e membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, articulista colaborador da Agência Estado e editor do Blog do Rizzolo (www.blogdorizzolo.com.br)

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