quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ronaldo vira unanimidade com a torcida e chuta melhor que Neymar no adeus

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Thales Calipo
Em São Paulo


Ronaldo fez seu último jogo pela seleção sem marcar gols: não aproveitou nenhuma das três chances que teve. Ainda assim, sua participação em campo não foi nula. Muito acima do peso e vendo o time jogar em sua função na parte ofensiva, o Fenômeno chutou melhor que o badalado Neymar. E foi o único nome ovacionado antes, durante e depois dos 16 minutos em que ficou em campo.

Os números do Datafolha mostram que o ex-atacante, no quesito finalização, foi bastante participativo. Ele chutou três vezes a gol, sendo uma para fora. Neymar teve o mesmo número de tentativas, mas errou a direção em duas delas. Apenas Fred chutou mais que a dupla: três batidas para fora e só uma no gol, justamente quando deu a vitória por 1 a 0 sobre a Romênia.

A cada chance desperdiçada pelo Fenômeno, a torcida lamentava. Ele também parecia não acreditar que o pé estava tão descalibrado. O público não pôde festejar o que seria um gol histórico, mas também não se importou tanto.

No segundo tempo, com Ronaldo já substituído e a caminho de sua casa, os torcedores ficaram insatisfeitos com a atuação do time de Mano Menezes. E além das vaias, gritaram algumas vezes o nome do ex-atacante, pedindo seu retorno.

A euforia sobre o Fenômeno havia começado antes mesmo de ele entrar em campo. “Ronaldo vem aí e o bicho vai pegar”, embalaram os torcedores, repetindo o nome do camisa 9 seguidas vezes.

Ronaldo agradeceu o apoio que recebeu e ficou emocionado com a homenagem. Mas sua principal declaração foi o pedido de desculpas: “Desculpem, eu tive três chances de gol e não consegui marcar aqui, o que seria uma simples retribuição a tudo o que vocês fizeram por mim em toda a minha carreira. Muito obrigado.”

OS NÚMEROS* DE RONALDO
Passes certos: 4
Passes errados: 1
Finalizações certas: 2
Finalizações erradas: 1
Desarmes: 1
Escanteios conquistados: 1
Bolas recebidas: 7

*Datafolha

Fonte: UOL Esporte

sexta-feira, 3 de junho de 2011

OMS confirma que bactéria E. coli pode ser transmitida de pessoa para pessoa

Genebra, 3 jun (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta sexta-feira que a bactéria intestinal E. coli Enterohemorrágica pode ser transmitida de pessoa para pessoa através dos sedimentos ou por via oral.

"Este tipo de transmissão nos preocupa e, por esta razão, queremos que se reforcem as mensagens relativas à higiene pessoal", declarou a epidemiologista da OMS, Andrea Ellis.

A especialista assinalou que por enquanto todos os casos "estão relacionados com o norte da Alemanha", de modo que se acredita que a exposição à bactéria esteja "limitada a essa área".

Sobre as vias de transmissão, explicou que o contágio "pode ocorrer sem uma higiene adequada", por isso que uma medida de prevenção eficaz é lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes de tocar nos alimentos.

O norte da Alemanha concentra 95% dos casos: 1.213 de E. coli Enterohemorrágica (EHEC), dos quais seis foram mortais; e 520 da Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), com 11 mortes.

O número de doentes em um total de 12 países aumentou para 1.823, dos quais 18 morreram.

O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias, com a maioria de pacientes que se recuperam em 10 dias, mas em uma pequena parte dos pacientes -principalmente crianças e idosos - a infecção pode levar ao SUH, uma doença grave que se caracteriza por causar insuficiência renal aguda.

Uma vez que aparece o SUH surge a doença em toda sua gravidade, com um risco de mortalidade entre 3% e 5%, segundo dados da OMS.

O SUH é a causa mais comum de insuficiência renal grave em crianças e pode causar complicações neurológicas até 25% de pacientes e deixar sequelas.

Em entrevista coletiva, Ellis mencionou que um aspecto incomum deste surto é o grande número de casos de SUH e também o fato de que os adultos sejam os mais afetados, quando normalmente não é o grupo de maior risco.

Além disso, comentou que o maior impacto está entre as mulheres por supostamente tenderem a consumir mais vegetais crus em saladas, e acredita-se que é ali onde está a origem da bactéria.

"O mais provável é que neste caso o modo de transmissão seja através dos alimentos, mas não sabemos qual. E isto também não significa que não possa ser outra coisa", enfatizou, após explicar que a água, o contato com animais ou com pessoas infectadas também são outros modos conhecidos de transmissão.

De outro lado, precisou que a variante da bactéria letal que circula na Alemanha tinha sido vista já no ser humano, mas sempre de maneira esporádica e nunca em situações de epidemia.

O especialista reconheceu que "há algo nesta bactéria que a torna particularmente virulenta", mas ainda não se decifrou o que é.

Sobre o tratamento, indicou que a OMS desaconselha a administração de antidiarreicos e antibióticos "porque podem piorar a situação", embora "pode surgir casos particulares que os usem".

Entre as razões - acrescentou - é que os antidiarreicos desaceleram o trânsito intestinal, o que faz com que o risco de absorção da toxina liberada pelo E. coli seja maior.

Questionada se este surto epidêmico é passageiro, Ellis respondeu que "é muito cedo para afirmar".