domingo, 6 de fevereiro de 2011

APAGÃO NO NORDESTE - Sistema de energia é frágil

06/02/2011

Especialistas defendem aumento dos investimentos no sistema de transmissão do Nordeste
Rio de Janeiro. O apagão ocorrido na madrugada da quinta-feira (3) no Nordeste deixou clara a fragilidade em que se encontra o sistema de energia da região. Esta pelo menos é a opinião de vários analistas.
Para o especialista do setor Raimundo de Paula Batista, o Nordeste vem passando por uma grande expansão da economia, o que provoca um consumo elevado de energia. Segundo Raimundo, o sistema de energia da região precisa ser reforçado nos sistemas de transmissão e também com térmicas.
"Se poderia ter certa previsibilidade de que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde no Nordeste", disse ele. "Acho que o mais importante não é aumentar a geração de energia local, mas sim aumentar os investimentos no sistema de transmissão", afirmou o especialista.
Segundo Raimundo Batista, se na região existissem mais linhas de transmissão, certamente a demanda do sistema da subestação Luiz Gonzaga poderia ter sido suprida pela energia. No momento do apagão, a carga no Nordeste era de 8.800 megawatts (MW) médios, dos quais 3.100 MW vinham do Sudeste.
As usinas térmicas a gás natural também seriam a solução para evitar pequenos e grandes apagões. Os especialistas não veem problemas na geração de energia, mas sim na malha de transmissão.
Ao contrário do que ocorreu no apagão de 2001, que levou a um racionamento de luz em todo o território nacional, o problema do sistema elétrico no País atualmente não é falta de energia, mas sim a distribuição, segundo Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ.
"Hoje o problema não é a energia, mas ela tem que chegar onde é necessária. Isso só é possível com mais investimentos e melhorando a operação do sistema", afirmou Pinguelli.
O professor Edmilson Moutinho dos Santos, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, também concorda que o problema não é a oferta de energia, mas sim a transmissão.
"Não falta energia. O problema é lidar com os momentos de pico na demanda. No verão, há muito aparelhos de ar-condicionado ligados. O sistema da Chesf é moderno, mas está sendo construído desde 1950. Deve ter linhas modernas e outras muito antigas. Mas é uma teia de aranha, uma coisa só. Se há um problema em uma linha antiga, pode ser que uma linha nova não aguente", explicou Edmilson Moutinho.
Fonte: DN

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