Por Emílio Odebrecht - 21/06/2009
O Brasil tem um dos mais sofisticados setores agrícolas do mundo. Alguns dados mostram isto bem.
Somos o 1º produtor mundial de açúcar, café e suco de laranja, 2º produtor de soja e 3º de milho, e o maior exportador de vários itens: os já citados açúcar, café, suco de laranja e soja, além de tabaco e etanol.
Boas terras, clima favorável, muita água e domínio da tecnologia para o cultivo nos trópicos são nossos trunfos em um planeta que, até 2050, terá de dobrar a produção de alimentos para sustentar 9 bilhões de pessoas, segundo projeção da ONU.
Mas o setor agrícola nacional, este gigante, sofre com um calcanhar-de-aquiles: a insuficiente produção de fertilizantes. Espanta-me o quão pouco isto é debatido, mesmo em nossa mídia especializada.
O Brasil importa em torno de 91% do cloreto de potássio que precisa para suas lavouras, a quase totalidade do fosfato, 87% do sulfato de amônia, 70% da ureia, 70% do nitrato de amônia e a totalidade do enxofre. São itens vitais e, safra após safra, temos de adquiri-los lá fora porque no mundo somos o terceiro maior importador e donos de apenas 2% da produção.
Além de ficarmos dependentes dos fornecedores internacionais, pagamos caro por tais insumos, pois ou os compramos pelo preço que pedem ou não se planta no País.
Há soluções. Uma delas: explorar as jazidas de minerais fertilizantes existentes no Brasil. Sim, pois, estranhamente, muitas estão intocadas.
Exemplo: já se sabe que temos a 3ª maior reserva de potássio do planeta, atrás apenas das do Canadá e Rússia. O minério está principalmente em um grande veio na Amazônia. Deveria ser extraído, sempre com respeito pelo meio ambiente e pelos habitantes da região.
Outra medida seria fabricar aqui os chamados fertilizantes nitrogenados, cuja importação tanto onera nossas divisas. Eles são feitos essencialmente de gás natural, matéria-prima de que dispomos. A Braskem, empresa que integra a Organização Odebrecht, desenvolve estudos sobre o tema.
E por que não investir em fertilizantes orgânicos, feitos a partir da compostagem de resíduos industriais e domésticos? Isto também ajudaria na redução do lixo urbano, que se torna cada vez mais um problema para as nossas cidades.
As últimas previsões são de que a safra nacional de 2008/09 atingirá mais de 137 milhões de toneladas de grãos, a segunda maior da história.
Não parece estranho que o Brasil tenha que conviver com o risco de limitar o crescimento agrícola à capacidade internacional de atender nossa demanda por fertilizantes?
Emílio Odebrecht é empresário
O Brasil tem um dos mais sofisticados setores agrícolas do mundo. Alguns dados mostram isto bem.
Somos o 1º produtor mundial de açúcar, café e suco de laranja, 2º produtor de soja e 3º de milho, e o maior exportador de vários itens: os já citados açúcar, café, suco de laranja e soja, além de tabaco e etanol.
Boas terras, clima favorável, muita água e domínio da tecnologia para o cultivo nos trópicos são nossos trunfos em um planeta que, até 2050, terá de dobrar a produção de alimentos para sustentar 9 bilhões de pessoas, segundo projeção da ONU.
Mas o setor agrícola nacional, este gigante, sofre com um calcanhar-de-aquiles: a insuficiente produção de fertilizantes. Espanta-me o quão pouco isto é debatido, mesmo em nossa mídia especializada.
O Brasil importa em torno de 91% do cloreto de potássio que precisa para suas lavouras, a quase totalidade do fosfato, 87% do sulfato de amônia, 70% da ureia, 70% do nitrato de amônia e a totalidade do enxofre. São itens vitais e, safra após safra, temos de adquiri-los lá fora porque no mundo somos o terceiro maior importador e donos de apenas 2% da produção.
Além de ficarmos dependentes dos fornecedores internacionais, pagamos caro por tais insumos, pois ou os compramos pelo preço que pedem ou não se planta no País.
Há soluções. Uma delas: explorar as jazidas de minerais fertilizantes existentes no Brasil. Sim, pois, estranhamente, muitas estão intocadas.
Exemplo: já se sabe que temos a 3ª maior reserva de potássio do planeta, atrás apenas das do Canadá e Rússia. O minério está principalmente em um grande veio na Amazônia. Deveria ser extraído, sempre com respeito pelo meio ambiente e pelos habitantes da região.
Outra medida seria fabricar aqui os chamados fertilizantes nitrogenados, cuja importação tanto onera nossas divisas. Eles são feitos essencialmente de gás natural, matéria-prima de que dispomos. A Braskem, empresa que integra a Organização Odebrecht, desenvolve estudos sobre o tema.
E por que não investir em fertilizantes orgânicos, feitos a partir da compostagem de resíduos industriais e domésticos? Isto também ajudaria na redução do lixo urbano, que se torna cada vez mais um problema para as nossas cidades.
As últimas previsões são de que a safra nacional de 2008/09 atingirá mais de 137 milhões de toneladas de grãos, a segunda maior da história.
Não parece estranho que o Brasil tenha que conviver com o risco de limitar o crescimento agrícola à capacidade internacional de atender nossa demanda por fertilizantes?
Emílio Odebrecht é empresário
Fonte: DM
Nenhum comentário:
Postar um comentário