sábado, 15 de novembro de 2008

Eólicas: de quem são os parques

Jocélio Leal
15 Nov 2008 - 01h22min

A Rosa dos Ventos vai inaugurar segunda-feira as suas duas usinas eólicas com uma potência total de 13,73 MW. Uma em Canoa Quebrada e a outra em Lagoa do Mato, ambas em Aracati. A empresa nasceu há quase 10 anos, 1999, numa iniciativa de Armando Abreu e Everaldo Feitosa, ainda hoje ligados à Rosa dos Ventos como acionistas. De lá para cá a composição acionária foi alterada até chegar ao que é hoje. Em 2004, 92,5% da empresa foi adquirida pelo seu atual presidente Armando Ferreira. Em agosto passado, foi constituída a Ventania, para a qual foram transferidas as ações da Rosa dos Ventos. A Ventania tem como sócio controlador, com 55%, o grupo português Martifer, grande fabricante ibérico de torres metálicas. Os restantes 45% pertencem a Armando Abreu e Armando Ferreira.
A potência de cada uma das sete turbinas eólicas é de 2.100 KW e estão instaladas em torres metálicas com uma altura de 88 m. Segundo Armando Ferreira, são as maiores turbinas instaladas no Brasil hoje, tanto em termos da sua potência unitária como quanto à altura das torres e diâmetro do rotor. Cada torre metálica pesa mais de 150 mil kg. Foram fabricadas em Recife tendo que ser transportadas para Canoa Quebrada em quatro seções cada torre, numa logística que demorou 16 dias por cada torre, desde a fábrica até Aracati. O investimento total declarado nas duas usinas foi de R$ 72 milhões, dos quais R$ 44 milhões foram financiados pelo BNB e R$ 28 milhões de recursos próprios, diz Armando. São duas obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
A energia total gerada pelas usinas eólicas é de 60.000 MWH/ano. Canoa Quebrada passará, a partir de agora, a ser abastecida unicamente por energia renovável. A Ventania tem um plano de investimentos para os próximos quatro anos que alcança 1.100 MW exclusivamente em energias renováveis e totaliza um montante de investimentos superior a R$ 4 bilhões. Vai depender da conjuntura e das decisões de Brasília sobre leilões específicos para fonte eólica. A Ventania, via controlador Martifer, está analisando a possibilidade de instalar duas fabricas no Nordeste.
A cearense Mercurius Engenharia foi a executora da obra. A Mercurius, aliás, é uma especialista em parques eólicos.
Fonte: Jornal O Povo

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