Setor movimenta Mossoró
Com o efeito multiplicador de empregos, a indústria petrolífera ajudou a desenvolver o município
Icapuí. Eles sugam a riqueza da terra, trazem à superfície cerca de 2,2 mil barris de petróleo por dia em Fazenda Belém. Os cavalinhos de pau — como são conhecidos os equipamentos que bombeiam o óleo a uma profundidade de até 400 metros — trabalham dia e noite, em silêncio, em meio aos cajueiros. Do lado de cá, os “bichinhos” até que são poucos. A presença deles faz mesmo a diferença no estado do Rio Grande do Norte, em cidades como a vizinha Mossoró e em Alto do Rodrigues.
O Rio Grande do Norte é o maior produtor de petróleo em terra do País. Descoberto por acaso há 30 anos, o “ouro negro” alterou as paisagens e a vida das pessoas do sertão potiguar. Tornou-se sinônimo de riqueza para alguns, mas também é mais um símbolo dos contrastes presentes no Nordeste brasileiro. Um grande número de empresas migrou para a região com o objetivo de prestar serviços ligados à exploração de petróleo.
Nem tanto pelo pagamento de royalties e mais pelo efeito multiplicador de empregos, a indústria petrolífera ajudou a desenvolver o município de Mossoró. “Quando a Petrobras começou a exploração naquela área, praticamente não havia empregos. Hoje, a cidade tem cinco universidades. A massa salarial paga aos trabalhadores próprios e contratados faz girar o comércio”, enfatiza o engenheiro cearense Francion Justino de Pádua, que mora lá.
Mão-de-obra
Cerca de 70% dos operadores de produção em Fazenda Belém são cearenses. Entre os 40 trabalhadores próprios da Petrobras lotados na unidade, 80% são do Estado. Os demais vieram de Mossoró, Natal e outras cidades.
“O problema é que faltam escolas de formação profissional em Icapuí e Aracati”, avalia Francion. Ele comenta que hoje a estatal está com mais de 300 pessoas contratadas, via prestação de serviços, por conta dos investimentos na perfuração de novos poços já em andamento.
Luzinete Soares de Lima, proprietária do restaurante Santa Luzia, na BR-304, confirma que a atividade de exploração acabou ajudando mais a Mossoró do que a Icapuí ou Aracati. “Tanto que a gente aqui tem conta em banco lá e não em Icapuí. Para abastecer o comércio, a gente vai fazer compras em Mossoró”. Aliás, foi ali que tudo começou: em 1977, quando perfuravam poços para construir um balneário de águas quentes, o que encontraram foi um líquido preto viscoso. Onde era para jorrar água, jorrou petróleo.
Royalties
O Ceará recebeu, em outubro, R$ 6,705 milhões em royalties pela produção de petróleo e gás natural — valor 15,82% superior à igual mês de 2007(R$ 5,789 milhões) e 7,09% inferior à setembro/08(R$ 7,217 milhões). No acumulado do ano, o Estado recebeu R$ 55.518 milhões pelo pagamento dos royalties, 47,11% a mais, em comparação ao período de janeiro a outubro do ano passado(R$ 37,738 milhões).
Do total recebido em setembro, o Estado arrecadou R$ 1.620 milhão e 82 municípios foram beneficiados com R$ 5.084 milhões. As cidades localizadas nas áreas de produção receberam R$ 4.094 milhões. Entre os municípios produtores, Aracati segue na 1ª colocação, com R$ 827,82 mil. Caucaia vem em 2º lugar com R$ 723,36 mil e São Gonçalo do Amarante com R$ 717,86 mil em 3º. A Capital arrecadou R$ 153,46 mil, apesar de não ser produtora, por ter instalações de embarque e desembarque de petróleo e gás.
Fonte: Diário do Nordeste
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