Os corintianos cativaram Ronaldo. A recepção ao "gordão", como carinhosamente chamam o Fenômeno, começa a mexer com a sua cabeça, que já planeja a segunda temporada com a camisa do clube. O jogador quer fazer história no Parque São Jorge. Primeiro, com o título invicto do Estadual e, depois, ajudando na conquista da taça mais cobiçada: a Copa Libertadores, no ano do centenário.
Ele não fala abertamente, evita criar euforia. Mas já comprou residência fixa em São Paulo, trouxe a família para cá e começa a mudar o discurso de aposentadoria no fim do ano. "Estou muito feliz no momento, acho que não poderia estar melhor", disse nesta segunda-feira, em coletiva descontraída de 35 minutos. "Tudo está muito maravilhoso, desde a escolha do clube que encontrei, a torcida que me recebeu, é tudo incrível", rasgou sedas. "Hoje sou muito feliz, muito realizado."
A felicidade, explícita em seu rosto, ganhou proporções imensas nesta segunda, um dia após brilhar na Vila Belmiro, com dois belos gols e vitória do Corinthians por 3 a 1 sobre o Santos. A ponto de o Fenômeno comparar seu momento à volta aos gramados na Copa do Mundo de 2002, na Ásia. "A única diferença é que era uma Copa do Mundo, mas a satisfação é a mesma. Foi muito difícil chegar até a condição de jogar novamente", comemorou.
Outra prova de que Ronaldo se sente em casa no Corinthians vem da resposta sobre qual recomendação daria para amigos do futebol europeu, entre eles Ronaldinho Gaúcho e Kaká. "Eu diria que aqui está ótimo, apesar de ser diferente receber em real e em euro, mas sou o homem mais feliz do mundo jogando no Corinthians, independentemente de quanto está entrando na minha conta", enfatizou, já imaginando como será o Campeonato Brasileiro. "Vai ser sensacional, com grandes clubes, fortes e candidatos ao título. Mas a volta do Corinthians, sem dúvida, será a grande atração."
Ronaldo respondeu a tudo, voltou a dizer que não fugirá da responsabilidade de homem decisivo, mas nada de abrir mão do discurso humilde. Chamado de Rei após o clássico de domingo, fez questão de dividir os louros da fama. "Sozinho ninguém joga futebol, não dá. Se meus companheiros não tivessem feito a parte deles, eu não teria esse protagonismo. É muito importante frisar que o coletivo é mais importante."
Fonte: Agencia Estado - Fábio Hecico
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