quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Bancos projetam crescimento de 5,3% para economia brasileira em 2010

10/02 - 16:22 - Nelson Rocco, iG São Paulo

Os bancos estão mais otimistas em relação à economia brasileira. As instituições melhoraram suas projeções de crescimento econômico e de concessão de crédito, apesar de apostarem na alta da taxa básica de juros e numa leve desvalorização da moeda. A expectativa de 30 bancos consultados pela Febraban é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País tenha crescimento de 5,3% em 2010 e um desempenho um pouco menor no ano seguinte, de 4,5%. Na pesquisa anterior, realizada em dezembro, o sentimento era de que o PIB teria alta de 5,1% neste ano, e na avaliação feita em outubro, de 4,6%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, divulgada há pouco pela federação dos bancos. Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, afirma que a pesquisa mostra uma “melhora geral no cenário econômico”. As dúvidas, diz ele, ficam por conta do que acontecer no cenário externo. “A tendência de melhora da economia só não fica melhor por conta das incertezas internacionais”, diz. “Se o cenário externo piorar, pode haver um desequilíbrio das contas correntes.”

Pela pesquisa, o crescimento do PIB será influenciado pelo aumento do PIB industrial, com previsão de alta de 6,9%. Só a produção industrial do País terá um desempenho 8,5% melhor neste ano, diante de uma queda de 7,4% em 2009. As previsões indicam que a balança comercial deve fechar o ano com saldo positivo de US$ 9,5 bilhões, embora muito menor do que os US$ 25,3 bilhões do fechamento do último exercício. Esse dado reflete, segundo Sardenberg, a incerteza com o exterior, já que uma piora deverá afetar as exportações e os preços das commodities. A taxa de câmbio prevista pelos bancos é de R$ 1,82 por dólar no final do ano, enquanto no fechamento de 2009 estava em R$ 1,74.

Os bancos brasileiros acreditam que a taxa Selic deve subir dos atuais 8,75% para 11,00% no final de dezembro, recuando um pouco para 10,75% no ano que vem. Esse incremento deve se dar como em outros momento da economia brasileira, em que o Banco Central subiu os juros de forma paulatina. Assim, os bancos preveem que a taxa passe para 9,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 28 de abril, e para 9,75%, na de 9 de junho. E assim sucessivamente até chegar nos 11%.

Sardenberg afirma que os resultados dos bancos e as estimativas que têm dado ao mercado mostram disposição até mais agressivas em conceder crédito da que foi captada no levantamento. Pela pesquisa, as instituições estimam elevar o crédito geral em 20,6% em 2010 e em 19,2% no ano seguinte. Em 2009, o aumento foi de 14,9%. Esse aumento será puxado pela maior oferta de recursos para pequenas e médias empresas, com previsão de 22,7% de alta para este ano. As operações para as pessoas físicas tendem a mostrar estabilização, enquanto o esperado para o crédito de veículos é uma ligeira elevação. A taxa de inadimplência superior a 90 dias deve cair para 4,6%, dos 5,6% efetivos do ano passado.

“A oferta de crédito para empresas foi muito restrita no ano passado. E a demanda também. Pela pesquisa, o crédito para pessoas jurídicas se recupera expressivamente”, diz o economista-chefe. Segundo os dados da Febraban, as operação para empresas em geral tiveram leve aumento, de 1,2%, no ano passado, enquanto as expectativas dos bancos é de alta de 22,7% neste ano. “Há uma oferta maior de recursos para pequenas e médias empresas e há também um aumento na demanda.”

Fonte: Último Segundo

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