SÃO PAULO, 4 de junho de 2008 - Na expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve hoje a taxa básica de juros (Selic), o mercado acredita que as ações ligadas ao consumo - que dependem de crédito - deverão repercutir o movimento no curto prazo. No entanto, no médio e longo prazos, os fundamentos sólidos das companhias devem prevalecer e a possível queda dos papéis deverá ser neutralizada. Marianna Waltz, gerente da área de research do Banco do Brasil Banco de Investimento (BBBI), acredita que uma alta de 0,5 ponto percentual (p.p) deve causar um impacto negativo nas ações de empresas ligadas ao setor de consumo e ainda ressalta que, em um primeiro momento, esses papéis não serão a melhor opção de investimento. Por outro lado, em um horizonte de longo prazo, a executiva acredita que os fundamentos das companhias não serão afetados. "Primeiramente, porque há uma tendência futura de retomada de quedas nos juros e também porque o consumidor observa se a parcela cabe no bolso; não se houve um aumento na taxa básica de juros. Vejo que se a loja continuar estendendo o prazo de parcelamento, e isto não afetar a parcela efetivamente paga mensalmente pelo consumidor, ela nada sofrerá e seus fundamentos não serão afetados", diz Marianna. Peter Ping Ho, analista de investimentos da Planner Corretora de Valores concorda. "Para o consumidor, a alta da taxa de juros causaria um rearranjo no orçamento familiar. No entanto, considerando que o acréscimo nas parcelas seria de centavos, o contexto não seria alterado". "De qualquer forma, no curto prazo, os papéis devem sofrer impacto negativo. Mas, no médio e longo prazos, os fundamentos das companhias serão mantidos e uma possível queda seria neutralizada", completa. O analista lembra que embora a entidade monetária já tenha promovido um corte de 0,5 p.p. na Selic, os papéis não repercutiram o movimento em função da elevação do Brasil a grau de investimento, no dia 30 de abril. "Na ocasião, o mercado ainda estava eufórico com o grau de investimento brasileiro". Já uma alta maior do que a projetada pelo mercado, de 0,75 p.p, de acordo com a gerente da área de research do BBBI, trará um impacto maior na bolsa como um todo, não só para as empresas de ações de consumo de maior evidência, como Lojas Americanas, Renner, Hering, Natura e Grandene. (Vanessa Correia - InvestNews)
Fonte: Gazeta Mercantil
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