Uma obra da complexidade e da importância da barragem do Ribeirão João Leite não nasce em curto espaço de tempo, não se viabiliza sem um diversificado leque de fontes de recursos nem é executada sem a participação de vários governos.
Uma obra da complexidade e da importância da barragem do Ribeirão João Leite não nasce em curto espaço de tempo, não se viabiliza sem um diversificado leque de fontes de recursos nem é executada sem a participação de vários governos.
A barragem do Ribeirão João Leite – o Sistema João Leite, na verdade – quando totalmente concluído e capaz de suprir de forma complementar a demanda prevista para Goiânia até o ano de 2040, será constituído pela barragem de concreto, o reservatório, uma adutora com unidades de elevação e uma estação de tratamento de água.
Exigiram-se muitos anos para a elaboração do projeto de engenharia da barragem e para os estudos complementares, até, finalmente, ter seu orçamento montado e concretizado o modelo de financiamento. Um modelo com recursos do Tesouro do Estado, da Saneago, do Tesouro Nacional (a partir de emendas parlamentares ou do próprio Governo Federal) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID.
O Sistema completo, com suas quatro etapas, vai necessitar recursos da ordem de R$ 350 milhões, dos quais R$ 114 milhões já foram investidos na primeira etapa, a barragem de concreto, pelo Governo de Marconi Perillo. Outros R$ 46 milhões foram aplicados na 2ª Etapa, concluída com o enchimento do Lago, pelo Governo de Alcides Rodrigues. Um total próximo a R$ 160 milhões, valor que teve importantes contribuições do BID e do Governo Federal.
Relembremos: em 30 de março de 2006, o governador Marconi Perillo, na presença de diversas autoridades estaduais, inclusive do vice-governador Alcides Rodrigues, inaugurou a primeira etapa do Sistema, com a conclusão da barragem de concreto. As obras realizadas correspondiam a 90% de toda a primeira fase, que, para ser totalmente terminada, necessitava da construção das ombreiras da barragem, algo que só poderia ser feito em período seco, após aquela estação das chuvas.
Agora, em fevereiro de 2010, vejo e ouço pelos meios de comunicação que o Governo do Estado convidou o presidente Lula para a inauguração da barragem do Ribeirão João Leite, no próximo dia 12. Um convite onde se comunica à população que a barragem do Ribeirão João Leite custou R$ 180 milhões de reais e vai suprir a demanda de até mais de 3 milhões de habitantes de Goiânia.
Que coisa, não? Uma verdadeira e grandiosa sucessão de enganos.
O primeiro engano é o de dar a entender que, com o enchimento do reservatório, o Sistema estará completo e capaz de suprir a demanda por água de Goiânia até 2040, quando se sabe da necessidade de se construirem, ainda, mais duas etapas para que o Sistema João Leite possa começar a fornecer a água prometida.
Uma comunicação mais verdadeira deveria também anunciar que, no dia 12, se estará inaugurando a segunda etapa da barragem, com o enchimento do lago. Como todos se recordam, a primeira etapa, contando inclusive com a presença do então vice-governador Alcides Rodrigues, foi inaugurada no dia 30 de março de 2006, pelo governador Marconi Perillo.
Não se quer com isso contestar o legítimo direito do Governo Alcides Rodrigues de comemorar a conclusão destas duas primeiras e importantes etapas do Sistema João Leite. Como ser rigoroso com um governo já em seu último ano e tão carente de fatos e obras para se afirmar?
Não se trata de reclamar da falta de reconhecimento das contribuições de governos anteriores, nem mesmo as do Governo Marconi Perillo, que teve o mérito maior de conseguir tirar o projeto do papel, concluir a primeira etapa e ter tornado irreversível a continuidade da construção do Sistema do João Leite. O que se pretende deixar claro é a importância da continuidade das ações governamentais.
Uma boa e saudável prática política a ser sempre seguida, se os fatos verdadeiros e o reconhecimento do trabalho dos antecessores ao governante de plantão não fosse geralmente turvados, como é o presente caso, com as impurezas do ciúme, da ingratidão e da traição.
Felizmente, uma forma em extinção de agir que o povo sabe reconhecer e punir na devida hora.
Geraldo Ferreira Félix de Souza foi presidente da Saneago
Fonte: DM
Um comentário:
quando as dutoras entra em operação
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