sábado, 31 de janeiro de 2009

Salário mínimo sobe para R$ 465 a partir de amanhã

Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi diz que governo estuda a criação do seguro-emprego. “Queremos evitar o mal do desemprego”, destaca
Da Agência Estado, do Rio de Janeiro
Com a crise financeira internacional forçando acordos de redução de jornada de trabalho e de salário no Brasil, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, confirmou ontem o aumento real de 6,39% do salário mínimo, que, a partir de domingo, passará de R$ 415 para R$ 465. Segundo Lupi, esse aumento beneficiará 42,1 milhões de trabalhadores, com injeção de cerca de R$ 21 bilhões na economia. “Essa é uma forte fonte de aquecimento da economia do Brasil e do mercado interno”, disse durante entrevista coletiva. Segundo Lupi, o cálculo de quanto será o efeito do aumento do mínimo no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 ainda não está fechado, mas ele estima que estará em torno de 0,1 ponto porcentual (pp) a 0,2 pp.Lupi disse também que o ministério está estudando a criação de um “seguro-emprego”. “É um seguro focado no emprego, não no desemprego, que pretende garantir a empregabilidade”, afirmou. O ministro não quis detalhar a iniciativa, com o argumento de que a fase ainda é de estudos, mas adiantou que o seguro-desemprego permanece. Segundo ele, o seguro para o mercado de trabalho não pode enfocar apenas o desemprego no País.
Montadoras
Lupi continuou a queda-de-braço com o setor automotivo, já beneficiado pelo governo com redução de impostos. Ele voltou a dizer que não vê razões para demissões no setor e confirmou que o governo está fechando um acordo com revendedores de automóveis usados com o objetivo de aquecer o mercado e evitar demissões. “O setor automotivo não tem razão para demitir porque está vendendo, e bem”, afirmou Lupi. Ele avalia que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as vendas de automóveis novos foi suficiente para manter o mercado, em janeiro deste ano, tão aquecido quanto no início do ano passado.Segundo o ministro, na próxima semana, o governo deverá fechar um acordo que envolverá o Banco do Brasil, junto a revendedores de automóveis usados, que, segundo ele, representam 42 mil empresas, geradoras de 600 mil empregos. De acordo com Lupi, essas medidas que envolvem recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) deverão ajudar a aquecer as vendas também no segmento de usados.
Acordos
O ministro disse que o governo respeitará os acordos que estão sendo negociados entre empresas e trabalhadores, desde que estejam dentro da lei. Sobre os acordos que estão sendo negociados pela Vale, Lupi afirmou: “Acredito que o governo só deve intervir no que é chamado, e não em acordos de trabalhadores e empregadores, mas chamo atenção para o momento que estamos vivendo, e para que as empresas não levem mais infelicidade para os lares brasileiros.”
Ferramenta vai gerar mais oportunidades
O trabalhador brasileiro vai ganhar, ainda este ano, uma nova ferramenta de estimulo à geração ou manutenção do emprego. O seguro-emprego está sendo estudado pelos técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego. “Nós estamos terminando uma formulação para garantir o emprego do trabalhador. Para evitar o mal do desemprego”, disse o ministro Lupi. Ele destacou a importância do seguro-desemprego, que “é muito positivo e traz um benefício real para a economia e para o trabalhador. Com a vigência do novo salário, a partir de 1º de fevereiro, Lupi destacou que serão aumentados também o seguro-desemprego e o abono salarial. “Isso é importante porque o seguro-desemprego está vinculado diretamente a quem está saindo do trabalho”, frisou.Em 2009, o valor médio do seguro-desemprego será de R$ 564,40. O valor médio do abono salarial passará a ser de R$ 632,40. A previsão do Ministério do Trabalho e Emprego é que esses dois benefícios (seguro-desemprego e abono salarial), incluindo o aumento de R$ 50 no salário mínimo, vão significar R$ 24,3 bilhões injetados no mercado de consumo.“A nossa previsão significa desembolsos de R$ 24,3 bilhões. Isso é para demonstrar como é importante para a economia o aumento do salário mínimo.” Na análise do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o emprego no Brasil sofrerá queda em relação a 2008, “mas nada que acompa-nhe o alarmismo que alguns querem colocar. O Brasil vai passar por essa fase bem”.
Fonte: DM

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