17/11/2009
Rayder Bragon
Especial para o UOL Notícias
Em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), dois pré-candidatos à sucessão de Lula, aproveitaram evento nesta terça-feira (17) em Belo Horizonte para demonstrarem mais uma vez a afinidade política entre os dois.
Ciro voltou a afirmar que, em razão de a postulação do governador mineiro como candidato ser "tão importante para o Brasil", abriria mão de sua candidatura à sucessão presidencial se Aécio fosse o candidato tucano.
Já Aécio chegou a afirmar que se os dois estiverem juntos ano que vem seria algo "extraordinário".
O governador chamou Ciro de "amigo de uma vida". O governador reiterou que ele e o deputado têm uma visão em comum dos problemas do país. "Vamos conversar hoje, como fazemos permanentemente, sobre o Brasil, sobre o processo eleitoral, temos ambos esse compromisso entre nós, de estarmos avaliando todas as possibilidades. E na política, como eu disse, se pudermos estar juntos, seria extraordinário. Se não pudermos, nós não deixaremos de ter afinidades", disse Aécio.
Depois do evento, eles se encaminharam ao Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo mineiro, onde seria servido um almoço.
O deputado afirmou que somente ele e o Aécio teriam capacidade para acabar com o que classificou de "clientelismo e fisiologia", disseminados na política brasileira "em função da radicalização paroquial entre o PT e o PSDB de São Paulo". Segundo ele, esse cenário vem dominando a política brasileira nos últimos 16 anos.
Desafeto
Presente no mesmo evento, a vice-presidente nacional do PSDB, senadora Marisa Serrano (MS), foi a voz destoante do encontro. Ela revelou que a proximidade entre Aécio Neves e Ciro Gomes causa "desconforto" a ela. E que Ciro é um "desafeto' da legenda tucana.
Para tanto, citou uma viagem que o deputado fez ao Estado natal da senadora (Mato Grosso do Sul). Na ocasião, Ciro teria atacado os tucanos. "Há coisa de 20 dias atrás, ele acabou com o PSDB. Ele está fazendo uma campanha nacional contra o partido", disse.
A senadora frisou que a chapa puro sangue tucana seria o "sonho de consumo" da sigla.
Ela disse que a data ideal para que o partido tenha candidato definido à sucessão presidencial seria em dezembro deste ano e afirmou que conversas nesse sentido já foram feitas com o governador de São Paulo, José Serra. Ele disputa a indicação do PSDB com o colega mineiro e pretende que o nome da sigla seja definido somente em março de 2010. Aécio disse preferir que a indicação seja feita em dezembro deste ano.
"Nós já falamos com o governador Serra e ele sabe que a decisão (do indicado a disputar a eleição) vai ter que ser antes", disse Serrano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário