12/07/2009
Por Antonio Alencar Filho
O Humanismo é uma corrente filosófica que afirma que o homem é o valor mais importante de uma sociedade e que todos os seres humanos são iguais, inclusive em seus direitos de compartilhar idéias e crenças diferentes. As primeiras referências a filosofias semelhantes a esta abordagem foram verificadas em escritos de filósofos da Grécia Antiga.
Sua postulação básica é, sem dúvida, a exaltação da dignidade humana, sendo que somente depois de superada a irracionalidade dos excessos religiosos medievais, em que não eram considerados o indivíduo e suas necessidades, o florescimento do pensamento e das artes da Renascença colocou ênfase na importância da recolocação do homem como ponto central da civilização.
O Humanismo, em sua condição de sintonia com o pensamento social esclarecido de nossos dias, deve estar compromissado com as liberdades civis, os direitos humanos e a democracia participativa, não só no local de trabalho e na escola, mas, principalmente, no governo através de uma abordagem aberta para a resolução de problemas sociais, cujas decisões permitam a experiência de novas alternativas.
As abordagens de relações humanísticas no modelo racional de administração começaram a aparecer na década de 1930 e continuaram até o presente, surgindo na literatura acadêmica de administração privada anteriormente à da administração pública.
Só recentemente os integrantes da administração pública adotaram os temas da escola de relações humanas (e seus pontos de vista), agregando-lhes sua própria perspectiva. E do crescente interesse pela mudança organizacional – que é discutida na administração pública sob o título de desenvolvimento organizacional – e por uma consideração sobre o movimento de protesto de base humanística, dentro da administração pública, nasceu uma orientação de gestão conhecida como a Nova Administração Pública (NAP).
Assim sendo, esta visão humanística de administração da coisa pública tem muito em comum com a solidariedade, de vez que, tradicionalmente, a solidariedade identifica-se na atitude de apoiar e proteger pessoas e, sob o aspecto operacional, administração pública é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado, em benefício da coletividade.
O Estado, em suas múltiplas atribuições de âmbito nacional ou regional, não pode de nenhuma forma, demonstrar à sociedade, por suas atitudes ou omissões, que desconhece ou não tem condições de buscar soluções pertinentes às necessidades sociais mais básicas, como o emprego e a renda para que os cidadãos possam ter condições de prover o sustento de sua família e obter índices adequados de saúde, educação e segurança.
Por importante, saliento que o Humanismo é, acima de tudo, uma filosofia realista. E que os humanistas têm pleno conhecimento da existência de dilemas morais a serem considerados nas ações governamentais relativamente à necessidade de cuidadosa verificação sobre as conseqüências imediatas e futuras da tomada de decisões sobre uma determinada questão social a ser resolvida, eis que o Povo espera e merece isso de seus representantes.
Além da garantia da liberdade sem sofismas, um dos maiores dilemas da Democracia é, por meio de seus preceptores (governantes e políticos), criar e manter condições sócio-econômicas que viabilizem a igualdade de oportunidades para que as pessoas atinjam seus objetivos de protagonismo social e de contarem com bases públicas sólidas e confiáveis a fim de serem arquitetas de seu próprio destino.
Está próximo o momento em que os administradores públicos irão acordar para uma inexorável tendência de estabelecimento de uma parceria real com a sociedade organizada, considerando relevante a participação popular no planejamento da ação política governamental, a fim de que os resultados sejam favoráveis a todos, governantes e governados. Lembrem-se de uma reflexão que jamais me cansarei de repetir de Gibran Khalil em que “A neve e a tempestade destroem as flores, mas nada podem contra a semente”.
Antonio Alencar Filho é administrador e presidente da Associação de Resgate e Cidadania do Estado de Goiás
Fonte: DM
Por Antonio Alencar Filho
O Humanismo é uma corrente filosófica que afirma que o homem é o valor mais importante de uma sociedade e que todos os seres humanos são iguais, inclusive em seus direitos de compartilhar idéias e crenças diferentes. As primeiras referências a filosofias semelhantes a esta abordagem foram verificadas em escritos de filósofos da Grécia Antiga.
Sua postulação básica é, sem dúvida, a exaltação da dignidade humana, sendo que somente depois de superada a irracionalidade dos excessos religiosos medievais, em que não eram considerados o indivíduo e suas necessidades, o florescimento do pensamento e das artes da Renascença colocou ênfase na importância da recolocação do homem como ponto central da civilização.
O Humanismo, em sua condição de sintonia com o pensamento social esclarecido de nossos dias, deve estar compromissado com as liberdades civis, os direitos humanos e a democracia participativa, não só no local de trabalho e na escola, mas, principalmente, no governo através de uma abordagem aberta para a resolução de problemas sociais, cujas decisões permitam a experiência de novas alternativas.
As abordagens de relações humanísticas no modelo racional de administração começaram a aparecer na década de 1930 e continuaram até o presente, surgindo na literatura acadêmica de administração privada anteriormente à da administração pública.
Só recentemente os integrantes da administração pública adotaram os temas da escola de relações humanas (e seus pontos de vista), agregando-lhes sua própria perspectiva. E do crescente interesse pela mudança organizacional – que é discutida na administração pública sob o título de desenvolvimento organizacional – e por uma consideração sobre o movimento de protesto de base humanística, dentro da administração pública, nasceu uma orientação de gestão conhecida como a Nova Administração Pública (NAP).
Assim sendo, esta visão humanística de administração da coisa pública tem muito em comum com a solidariedade, de vez que, tradicionalmente, a solidariedade identifica-se na atitude de apoiar e proteger pessoas e, sob o aspecto operacional, administração pública é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado, em benefício da coletividade.
O Estado, em suas múltiplas atribuições de âmbito nacional ou regional, não pode de nenhuma forma, demonstrar à sociedade, por suas atitudes ou omissões, que desconhece ou não tem condições de buscar soluções pertinentes às necessidades sociais mais básicas, como o emprego e a renda para que os cidadãos possam ter condições de prover o sustento de sua família e obter índices adequados de saúde, educação e segurança.
Por importante, saliento que o Humanismo é, acima de tudo, uma filosofia realista. E que os humanistas têm pleno conhecimento da existência de dilemas morais a serem considerados nas ações governamentais relativamente à necessidade de cuidadosa verificação sobre as conseqüências imediatas e futuras da tomada de decisões sobre uma determinada questão social a ser resolvida, eis que o Povo espera e merece isso de seus representantes.
Além da garantia da liberdade sem sofismas, um dos maiores dilemas da Democracia é, por meio de seus preceptores (governantes e políticos), criar e manter condições sócio-econômicas que viabilizem a igualdade de oportunidades para que as pessoas atinjam seus objetivos de protagonismo social e de contarem com bases públicas sólidas e confiáveis a fim de serem arquitetas de seu próprio destino.
Está próximo o momento em que os administradores públicos irão acordar para uma inexorável tendência de estabelecimento de uma parceria real com a sociedade organizada, considerando relevante a participação popular no planejamento da ação política governamental, a fim de que os resultados sejam favoráveis a todos, governantes e governados. Lembrem-se de uma reflexão que jamais me cansarei de repetir de Gibran Khalil em que “A neve e a tempestade destroem as flores, mas nada podem contra a semente”.
Antonio Alencar Filho é administrador e presidente da Associação de Resgate e Cidadania do Estado de Goiás
Fonte: DM
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