quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pescadores de Aracati denunciam abuso de autoridade por parte do Ibama

16-Jul-2009
Depois da falta de fiscalização, agora seria o abuso o motivo de mais um protesto de pescadores do Litoral Leste. Uma semana após os pescadores de lagosta de Icapuí fecharem a BR-304, dezenas de pescadores de camarão ficaram em frente à Unidade de Segurança Integrada (USI) de Aracati para reclamar que estariam sofrendo abuso de autoridade por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Barcos arrombados, redes de pesca cortadas e até objetos subtraídos das embarcações são os elementos de mais um capítulo dos relatos de crime no até então silencioso conflito nos mares cearenses. O Ibama se defende e diz ter provas das irregularidades dos pescadores.

“Queremos trabalhar, queremos trabalhar”, era o grito dos cerca de 60 pescadores na frente da USI de Aracati, que integra as polícias Civil e Militar do município. Estavam lá para registrar o Boletim de Ocorrência contra fiscais do Ibama. Os pescadores, a maioria da comunidade da Praia de Quixaba, alegam que, na noite da última terça-feira, os barcos teriam sido violados, as redes de arrasto cortadas e as “portas” — equipamentos artesanais usados na captura — destruídas. “Eles levaram até refrigerante, chinela, coisas dos pescadores foram tomadas”, afirma Algeizo da Silva, que tinha seu barco ancorado na costa litorânea quando a violação teria ocorrido.

O litoral de Aracati tem aproximadamente dois mil pescadores, que há mais de 30 anos vivem da pesca artesanal, com equipamentos feitos por eles próprios, e levados para alto mar em pequenas embarcações. Mas a busca por espaços no mar é tão competitiva quanto em terra, com a diferença que não há testemunhas — ou se é vítima ou vilão, no relato de pescadores regulares, predadores e fiscais. Na costa de Icapuí, o principal problema é entre pescadores artesanais e os que realizam a pesca predatória, usando compressores de ar para mergulhar, capturar as lagostas e destruir os manzoás dos pescadores legais.

Os manifestantes de ontem pescam camarão. “É com o que alimento meus filhos, em vez de prender pai de família eles (os fiscais) deveriam ir atrás dos que pescam com compressor e destroem o meio ambiente”, reclama Aurilo Crispim. Todos os dias são colhidas cerca de cinco toneladas de camarão pelos pescadores da Quixaba. O produto abastece o comércio local e é levado por atravessadores que comercializam em Fortaleza, de onde segue para outros estados e países.

Fonte: direitoce.com.br

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