27/08 - 12:21
BRASÍLIA – O ex-assessor da Presidência da República Oded Grajew mais uma vez aproveitou a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para criticar o Senado e pediu um “minuto de silêncio” em solenidade à morte do sistema político nacional como um todo.
Segundo o conselheiro, o Senado não é a única instituição que está falida moralmente. “Gostaria de pedir um minuto de silêncio pelo falecimento ético e moral do sistema político. É um cadáver insepulto. (...) O problema não são as pessoas. O problema não é so Renan, ou [presidente do Senado, José] Sarney (PMDB-AP) ou [o ex-presidente, Fernando]Collor (PTB-AL). O problema está em todo o sistema”, disse.
Grajew propôs ainda que seja eleita uma Assembleia Constituinte para votar exclusivamente uma reforma política. “Há muito tempo temos ouvido que a mãe de todas as reformas é a reforma política. (...) Faço aqui uma proposta que devia ser agenda prioritária do Conselho [de Desenvolvimento Econômico e Social]. Uma proposta que poderá desatar esse nó. A eleição de uma Assembleia Constituinte para fazer unicamente a reforma política. Essa proposta diminuiria o conflito de interesses de quem está no Congresso. Permitiria um maior debate”.
Grajew disse não acreditar que o atual Congresso brasileiro faça essa reforma. "Eu não vejo a mínima possibilidade de sair (a reforma) por iniciativa do Congresso. A maioria (dos parlamentares) é beneficiada pelo sistema e não tem vocação suicida, camicase. Seria o mesmo que acreditar em Papai Noel."
Em reação à fala de Grajew, alguns empresários e sindicalistas se retiraram da reunião. Um desses empresários disse, depois, sem se identificar, que Grajew deveria ter sido vaiado. O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, qualificou de "um absurdo" a intervenção de Grajew.
Em 2007, durante a crise envolvendo o nome do então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Grajew aproveitou reunião do mesmo conselho para criticar o Senado. Na ocasião, afirmou que a nação estava de luto por conta da absolvição do senador.
Fonte: Último Segundo
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