29/08/2009
A indústria brasileira mais uma vez se destacou ao realizar, em São Paulo, o 3º Congresso Brasileiro de Inovação, promovido pela CNI com o objetivo de mobilizar o País na formação de uma agenda voltada para a inovação, inserindo-a como tema prioritário para a competitividade e o desenvolvimento.
A referência principal do evento, considerado histórico, foi a divulgação do Manifesto pela Inovação nas Empresas, no qual os industriais brasileiros expressam o compromisso de atuar como protagonistas na construção da agenda nacional de inovação. Nesse documento, defendem o aumento dos recursos públicos e privados em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD & I) e definem meta para que em quatro anos seja dobrado o número de empresas que investem em inovação. Espera-se que assim nossas empresas tornem-se capazes de competir globalmente e de gerar novos conhecimentos e tecnologias.
Hoje, no Brasil, apenas 0,5% do PIB é aplicado em PD & I. Precisamos transformar o tema em prioridade, quebrando paradigmas, vencendo desafios e superando obstáculos como o sistema tributário demasiado oneroso e complexo, a concorrência desleal, o elevado custo de capital e, especialmente, a insuficiência de recursos públicos reembolsáveis e não reembolsáveis para a pesquisa aplicada.
Não há inovação sem estímulos e sem marcos regulatórios. É imperioso incentivar e fomentar o movimento pela inovação, assim como aprimorar o nosso modelo educacional, para criar uma cultura inovadora e empreendedora.
Também é imprescindível melhorar a qualidade do sistema educacional, implantar cursos voltados para pesquisa e desenvolvimento, conforme as demandas da região; enfrentar mentalidades ultrapassadas e criar agenda de competências que nos conduzirão ao desenvolvimento.
No Brasil, apenas 10% dos jovens entre 18 e 24 anos frequentam universidade. Na Coreia, são 57%.
O tema inovação é estratégico, contribui para transformar ideias em valor e para agregar potencial econômico e desenvolvimento ao País. A inovação pode ser utilizada para reduzir custos, conquistar mercados e diversificar produtos e serviços.
O sistema de Federação das Indústrias do Estado de Goiás, por meio de suas entidades (Fieg, Sesi, Senai, IEL e ICQ Brasil), tem realizado ações em prol da inovação e mantém parcerias com universidades e instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg), visando o desenvolvimento de pesquisas e do conhecimento no Estado. Possui em sua estrutura o Conselho Temático de Desenvolvimento e Inovação, promove o Prêmio Goiás de Inovação, destinado a identificar, divulgar e reconhecer os esforços de pesquisa e inovação realizados por indústrias e instituições de ciência e tecnologia; Prêmio IEL Top Estagiário, reconhecendo as melhores práticas de estágio e estimulando a implantação de soluções inovadoras nas organizações; Edital Sesi/Senai de Inovação, tendo como foco o apoio a projetos de desenvolvimento de produtos ou processos inovadores que gerem benefícios à indústria.
A Fieg contribuiu nas discussões para a criação da Fapeg, bem como nas mobilizações para que ela não fosse extinta, dada sua importância como fomentadora das atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, o que contribui para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do Estado.
Estamos empenhados na aprovação da Lei Estadual de Inovação, pois ela propicia o arcabouço legal para as empresas terem mecanismos de apoio à inovação. Os Estados que implantaram diploma legal semelhante apresentam grande competitividade e estão comercializando seus produtos com maior valor agregado.
Nosso desafio e compromisso é buscar maior integração entre academia, governo e setor produtivo, para que possamos definir metas, indicadores de acompanhamento e marcos que caracterizem o Brasil como referência em inovação.
Devemos pensar como queremos o nosso País nos próximos anos e incluir um tema como política de desenvolvimento sustentável.
Por Paulo Afonso Ferreira presidente do sistema Fieg, diretor-secretário da CNI e diretor nacional do IEL
Fonte: DM
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