Levantamento feito pela Coordenação Estadual de Saúde Bucal (Cesb) aponta que apenas 30 municípios do Ceará dispõem do serviço de fluoretação da água em sistemas públicos de abastecimento. O flúor é uma das substâncias que ajuda a reduzir cáries
10 Ago 2009 - 00h17minAmáxima do prevenir é melhor que remediar resume todas as justificativas para a lei 6.050 / 1974, que determina e regulamenta a fluoretação da água em sistemas públicos de abastecimento. Embasada em estudos que indicam a ingestão ou utilização de água adicionada de fluoretos para higiene bucal como agente redutor da incidência de cárie na população, a lei ainda não tem efetivação na maioria dos municípios cearenses. No Estado, dos 184 municípios existentes, só 30 dispõem do benefício, de acordo com pesquisa divulgada pela Coordenação Estadual de Saúde Bucal (Cesb).
Para o coordenador da Cesb, Ivan Júnior, dizer se este número é baixo ou não, vai depender do referencial. “O desafio é grande, mas, a nível de Brasil, o Ceará está bem. A Paraíba, por exemplo, ainda vai fechar acordo para implantação da fluoretação. Estamos adiantados.” Já o secretário-geral do Sindicato dos Odontologistas do Ceará (Sindiodonto-CE), Leopoldo Menezes, lamenta as estatísticas: “A utilização dessa água é essencial porque reduz em torno de 65% a cárie. É lamentável que o acesso não atinja todo o Estado.”
A lei 6.050, que dispõe da adição de fluoretos, estabelece a obrigatoriedade da prática para os municípios brasileiros que tenham implantado seus sistemas de abastecimento de água a partir de 1975, quando entrou em vigor. Desde então, os governos têm traçado políticas públicas para efetivação. As medidas mais atuais estão no programa Brasil Sorridente, lançado em 2004. O Ministério da Saúde financia a fluoretação, através de acordo entre Fundação Nacional de Saúde (Funasa), companhias de abastecimento de água e gestores estaduais.
Para Cláudia Frota Botto, mestre em odontologia pela Universidade Federal do Ceará, questões estruturais dos municípios podem comprometer o cumprimento da lei. “Há municípios que nem tratamento de esgoto possuem, além de a água ser muito escassa. Nesses não adianta priorizar a fluoretação. Temos de ver a estrutura antes”, pontua.
No Ceará, um acordo entre Funasa, Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e Secretaria da Infraestrutura do Estado, foi realizado em 2006. Segundo a Assessoria de Imprensa da Cagece, desde a data a empresa tem modernizado as estações de tratamento e implantado a fluoretação em 107 dos 149 municípios onde atua, apesar de somente 11 estações de tratamento pertencentes à companhia oferecerem hoje o benefício. Até setembro deste ano, garante a assessoria, mais 41 estações de tratamento funcionarão de acordo com a lei federal. A companhia alerta que foi necessário um período de treinamento para os operadores que executam o novo processo, como forma de garantir a segurança.
QUEM TEM FLÚOR
> Fortaleza, Cascavel, Caucaia, Tejuçuoca, Maracanaú, Canindé, Boa Viagem, Quixeramobim, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Jaguaribe, Sobral, Ipu, Tianguá, Ubajara, São Benedito, Viçosa do Ceará, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Arneiroz, Crateús, Camocim, Martinópolis, Icó, Iguatu, Piquet Carneiro, Barro, Altaneira e Caririaçu.
E-MAIS
>Fluoretação da água é o ajuste da concentração do flúor no fornecimento de água em níveis recomendados para a saúde oral e prevenção de cáries. Nas concentrações adequadas, a saúde humana não é afetada..
>A Notação Dentária Internacional reconhece que o uso preventivo do flúor é o método mais viável de reduzir a pesada incidência de cárie no mundo. >Mais de 350 milhões de pessoas, em 30 países, recebem o benefício.
Fonte: O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário