03/03/2009 - Por Arnaldo Araújo Pinho
É normal ao cidadão comum e usuário do SUS chegar a uma unidade e passar por transtornos como excesso de pessoas esperando, falta de médicos, falta de recepcionista, principalmente nas mudanças de turnos, e falta de informações quando o caso precisa de internação em outra unidade, entre outras faltas. Todo mundo já se acostumou com isso, mas essas situações poderiam melhorar se os dirigentes das unidades mudassem de postura e passassem a administrar com seriedade.
O que vemos nas unidades é uma administração caseira, onde muitas vezes o dirigente leva membros da família para bater papo com funcionários públicos pouco comprometidos com o trabalho. Os problemas podem ser resolvidos sim, mas é preciso mudança que começa na escolha do dirigente por parte dos secretários.
A nova administração municipal peca em não mudar os gerentes das unidades e mantê-los por uma questão mais pessoal do que administrativa. Manter gerentes por muito tempo incorre-se no erro de criar vínculos deste com servidores antigos e viciados. O não cumprimento de horários de trabalho é um dos vícios. Já acostumaram a chegar uma hora mais tarde e sair uma hora mais cedo, sem contar aqueles que são turistas, e que nada lhes acontece.
Já a classe médica é privilegiada, além de ter conseguido gratificações gordas, não cumpre nem o período mínimo de trabalho de seis horas diárias. Podemos até ver escrito nos quadros de horário de trabalho que deveriam ter dois médicos por período de seis horas, mas na prática só existe um a cada três horas, uma combinação feita entre eles para poderem ficar mais tempo nos seus empregos privados e isso tudo à vista dos dirigentes.
Recentemente colocaram nas unidades cartazes com o número de reclamação do Ministério Público. Isso é ótimo, pois pelo menos o sacrificado usuário tem a segurança que está reclamando para um dos poucos órgãos públicos que merece a confiança do povo brasileiro.
Outros Estados já começaram a colocar como secretários, administradores e não profissionais do ramo que têm a tendência ao corporativismo em defender interesses da própria classe. Aí talvez esteja a luz no fundo do túnel para a solução dos problemas da administração pública.
Arnaldo Araújo Pinho é técnico em eletrônica
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