O Brasil ainda não esqueceu o calote que a política econômica de Fernando Collor de Mello deu em milhões de cidadãos que tiveram suas poupanças surrupiadas. Eu fui um dos que votaram em Collor para presidente da República, infelizmente. E sofri prejuízos financeiros. Lamentavelmente, este país tem eleitor para tudo... e memória curta. Por isso, a nossa política e os nossos políticos, com raras exceções, representam o quadro mais degradante de maus exemplos nacionais.
Quando o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), um dos honrados parlamentares, denuncia a pouca vergonha de membros do PMDB, ele está coberto de razão e ninguém tem elementos para contestá-lo porque é esse compadrio espúrio de acordos escusos de "toma lá, dá cá" que tem orientado negativamente a troca de interesses no Congresso Nacional. Daí a afirmação do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) de que a eleição de Fernando Collor para a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado é resultado de "aliança espúria", o que gerou mal-estar entre o PT e o PMDB. E vejam quem deu uma "mãozinha": senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Não tenho matiz partidário, sou um brasileiro comum que não precisou da política para o seu ganha-pão. Quando jovens e famílias nacionais falam em deixar o país, é porque estão enojados de assistir à mesmice dos velhos truques de políticos carreiristas, que só querem tirar vantagem para si ou para o grupo que representam, com antigas práticas de políticas perniciosas que contrariam o interesse coletivo da sociedade e, principalmente, das classes mais necessitadas.
O voto constitucional obrigatório - não-democrático - é o verdadeiro responsável por conduzir e reconduzir muitos elementos inescrupulosos à política, porque a falta de cultura política de nossos apedeutos tupiniquins nos arrastam, como incautos, a votar em qualquer um. E, assim, os cargos públicos, as comissões e presidências do Congresso Nacional vão se aviltando com a negociata pelo preenchimento de suas vagas. Este é o deplorável quadro da política brasileira.
Este artigo foi escrito por um leitor do Globo.
Fonte: O Globo
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